Este ano, o CINEMATOGRAFIA QUEER elege os 10 documentários LGBTQIA+ favoritos de 2025. São obras que não apenas brilharam em festivais como o Candango e o SXSW, mas que traçam um mapa da memória e do manifesto, resgatando histórias que vão do legado de Cazuza à resistência das performers trans de Recife. Essa seleção celebra a urgência da não-ficção e a riqueza temática com assuntos como afeto trans e narrativas que, por muito tempo, foram marginalizadas ou apagadas pelos livros de história.
Revisita a vida e o assassinato não resolvido de Venus Xtravaganza, figura central de “Paris Is Burning”, deslocando o olhar do ícone para a pessoa. O documentário investiga com sensibilidade o legado de Venus a partir da complexidade de suas duas famílias, a biológica e a ballroom.
Ao revisitar a trajetória de Sally Ride, a primeira mulher americana no espaço, o filme revela sua identidade queer mantida em sigilo durante a vida. O documentário adiciona novas camadas emocionais e políticas à figura histórica, transformando Ride em símbolo tardio de representatividade e inspiração.
Documentário híbrido que mapeia a presença queer no cinema iugoslavo e sérvio ao longo do século XX, Ambicioso em sua arqueologia cultural, o filme revela momentos surpreendentes, como beijos homossexuais de 1911, reposicionando o Leste Europeu na história do cinema queer.
Focado no período entre 1987 e 1989, o documentário acompanha a explosão criativa de Cazuza enquanto o artista lidava com o diagnóstico de AIDS. Entre discos, turnês e o icônico show “O Tempo Não Para”, o filme constrói um retrato íntimo da resiliência e da urgência criativa.
A partir dos arquivos fotográficos e diários de Libuše Jarcovjáková, cineasta e fotógrafa conhecida como a “Nan Goldin da Tchecoslováquia”, o documentário expõe sexo, marginalidade e dissidência sob o regime comunista.
O filme acompanha trajetórias paralelas de April Ashley e Amanda Lear, duas mulheres trans que partiram do mesmo cabaré parisiense nos anos 60 e seguiram caminhos radicalmente distintos.
Cinco décadas após o lançamento de “The Rocky Horror Picture Show”, o documentário retorna às origens afetivas e culturais do maior fenômeno cult do cinema. Mais do que um resgate histórico, o filme mostra como Rocky Horror segue operando como catalisador de identidades, libertações e comunidades queer através das gerações.
Acompanhando a gestação de Apolo, filho de um casal trans, o documentário confronta barreiras institucionais, burocracias médicas e a transfobia estrutural. Com abordagem íntima e direta, o filme reivindica a legitimidade de paternidades trans e corpos grávidos dissidentes, articulando afeto e urgência política de forma pioneira no cinema brasileiro.
Documentário híbrido que acompanha seis performers trans veteranas de Recife, todas acima dos 50 anos, reconstruindo décadas de arte, sobrevivência e invenção de si. Com estética neon/VHS e trilha de brega nordestino, o filme transforma dor e estigma em memória viva, celebrando quem fez da noite um território de resistência e manifesto.
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