O filme do diretor chileno José Luis Torres Leiva, começa com um casal de duas mulheres de meia idade, uma delas está doente e sem esperança de tratamento. Por decisão própria, elas vão até uma casa de campo esperar a morte chegar.
Maria, Julieta Figueroa, não aceita o tratamento enquanto sua companheira, Ana, Amparo Nogueira de Uma Mulher Fantástica, acompanhará a esposa nessa decisão. O filme acompanha a jornada das protagonistas, transcendendo realidade e sonho, acompanhadas de autores que lembram muito sua tragédia.
Em uma das cenas que não estão diretamente ligada à história, vemos um homem grisalho nu, que logo vê outro cara, com quem observa com tesão e acabam transando no mato. É a primeira e uma das poucas aparições masculinas no filme, em uma história sobre mulheres.
Com planos bem detalhados dos personagens, como um mamilo, um pênis, ou uma pélvis, vemos uma fotografia muito bem trabalhada e imersiva. O filme é sempre narrado poeticamente em off, que nos imerge ainda mais para dentro da história.
Usando de muitos simbolismos para retratar uma relação já doente, o casal de mulheres briga, se reconcilia, uma cuida da outra, enquanto a mulher a beira da morte está prestes a um colapso, sabendo que a morte se aproxima.
Apesar de um pouco arrastado, com sequências longas mas bem solucionadas, o filme é uma bela obra de arte com um desfecho muito bonito e otimista. Uma poesia cinematográfica sobre a capacidade de se apaixonar em uma situação limite. O filme, que merece muito ser visto, recebeu Menção Especial do Júri em Mar del Plata.
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