sábado, 7 de novembro de 2020

Viver até o Fim(The Living End, EUA, 1992)




Descobri tarde o trabalho do diretor Gregg Araki, através de Mistérios da Carne, desde então passei a pesquisar sobre sua obra e constatei que ele é um diretor com um universo próprio, com uma filmografia cheia de particularidades, e que foi um dos precursores, do new queer cinema, com o filme Viver até o fim.

O filme, que é considerado uma espécie de Thelma e Louise gay, conta a história de Jon, Craig Gilmore, recém diagnosticado com HIV e Luke, Mike Dytri, um jovem que explode sexualidade, é imprudente e inquieto e também soropositivo.

Depois de um encontro não convencional e Luke matar acidentalmente um policial, os dois partem sem destino por uma viagem pelo deserto, onde se envolvem, e ao invés de viver a dor de ser consumidos pela doença decidem aproveitar o tempo que lhes resta de vida.


Com o impacto da epidemia da AIDS nos anos 1990, ambos marginalizados se apoiam para não cair em depressão, e o lema é um só: ligar o foda-se o máximo possível, sendo transando ou realizando algo que normalmente não fariam.


Lidar com o HIV nunca foi fácil, ainda mais em tempos onde o cenário era de morte e os tratamentos ineficazes, porém os protagonistas deste filme decidem encarar a doença, na verdade, com irresponsabilidade por não procurarem por melhores condições de saúde, É uma questão de opção e até mesmo emocional, proposta pelo diretor que apresenta os protagonistas em várias camadas.


Com uma estética agressiva, o road movie trata de um tema muito sério, representado pela personagem Darce, amiga de Jon que se preocupa com a falta de cuidados da sua saúde. O medo da solidão faz com que os dois protagonistas construam uma bonita relação, ainda que um tanto doentia, de amizade, romance e otimismo.


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