quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Elisa y Marcela(Espanha, 2019)


A diretora espanhola Isabel Coixet, de Minha Vida sem Mim e A Vida Secreta das Palavras, se baseou na história real do livro Elisa e Marcela – além dos homens, do autor Narciso de Gabriel, que conta sobre o primeiro casal homossexual a se casar na Espanha, para realizar seu primeiro filme para a Netflix.

Para contar essa história, a diretora optou por usar uma linda fotografia em preto e branco, que realça enquadramentos e também a sensualidade das protagonistas. Em 1898, em La Corunha, Elisa e Marcela se conhecem na escola e logo se tornam inseparáveis. Enquanto Elisa, Natalia de Molina, vive no convento, Marcela, Greta de Fernandez, mora com o pai extremamente machista que afirma que mulheres não devem ler para não saber demais.

Evidenciando os valores religiosos e sociais da época, as duas são separadas com Marcela sendo enviada para um colégio interno. Elas se comunicam apenas trocando cartas. Aliás a transição de cenas é belíssima, também homenageando um recurso dos anos 1920, e do cinema mudo.

Quando se encontram finalmente podem se beijar, se amar, ficar juntas em cenas de sexo que são extremamente sutis e ainda mais delicadas graças ao P&B. Enfim estão vivendo o momento mais felizes de suas vidas.

Em 1901, Marcela é professora e elas vivem juntas em um vilarejo onde geram comentários maldosos de toda a vizinhança, que reage com violência apedrejando Elisa que vai embora para voltar como Mario.

Elas casam na igreja e agora são como marido e mulher, mas a farsa não dá certo e a história logo ganha as manchetes dos jornais, as duas fogem para Portugal, onde também são procuradas pela polícia.

O que é um romance extremamente belo é também um triste retrato de quando a homossexualidade, não era de jeito nenhum aceita. Isabel Coixet usou de toda sua sensibilidade para contar essa história sobre o primeiro casamento gay da Espanha, país onde só viria a ser legalizado, em 2005


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