quarta-feira, 4 de novembro de 2020

E o Michê vestia branco(Hustler White, Canadá/Alemanha, 1996)


O polêmico Bruce LaBruce realizou em 1996, junto de Rick Castro O Michê vestia Branco, um filme erótico que explorava a figura dos garotos de programa de Los Angeles, com cenas de nudez, sexo explícito e uma boa dose de bizarrices.

O longa inicia quando um garoto de programa bóia, como morto, na jacuzzi de um hotel, de cuecas brancas. A história começa a ser contada então por Jurgen Anger, interpretado pelo próprio LaBruce, que dois meses antes chegou à Los Angeles para estudar a vida dos garotos de programa.


Lindo, Tony Ward, conhecido por ser toy boy de Madonna, e protagonizar o clipe de Justify my love, interpreta o protagonista, Montgomerry. Seu corpo escultural é explorado a exaustão e cobiçado por Jurgen, que passa a persegui-lo para devolver uma camiseta ensanguentada.


Ao som de uma versão rock de Tainted Love, a ação ocorre. Mont se vira nas esquinas para pagar suas contas, enquanto seus amigos carecas se metem em situações muito mais arriscadas, de sexo realmente hardcore, e momentos de puro sadomasoquismo.


Entre orgias interraciais, bondage, fisting e  outras situações inusitadas, o filme traz uma cena de sexo com um amputado e explora o quão profundos podem ser os desejos humanos.


Quando Jurgen finalmente se relaciona com Mont eles começam uma amizade que será paga após o michê contar tudo sobre prostituição, em Los Angeles. Ele apresenta a cidade ao amigo e mostra lugares lendários como a Circus of Books e West Boulevard.


O filme, parte do movimento new cinema queer, tem um aspecto experimental, quase universitário, é uma obra interessante para quem gosta de erotismo e admirar belos corpos, ainda que a profundidade oferecida por Bruce LaBruce seja muito mais sobre os secretos e até repulsivos instintos humanos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário