O filme chileno Caminhos Esquecidos ou La nave del olvido, de Nicol Ruiz, foi rodado todo durante 2016, e só ganhou luz agora, graças à mostras e festivais. O longa, narra a história de Claudina, uma mulher do campo que, após a morte de seu esposo, descobre sua sexualidade em um povoado chamado Lautaro.
Em um vilarejo onde se avistam objetos desconhecidos no céu, Claudina de 70 anos, ganha espaço para descobrir quem realmente é. Em um clube gay, ela se sente deslocada, mas logo se fascina por Elza, que canta um bolero numa cena belíssima. A estética do filme, a propósito é linda, apesar do baixo orçamento.
Rosa Ramirez, que lindamente interpreta Claudina, entrega uma atuação cheia de melancolia e esperança. Quando começa a andar com os idosos queers da cidade, começa a gerar falatórios e os questionamentos da filha, ainda assim luta pelo que talvez nunca teve: liberdade.
Em um Chile ainda muito preconceituoso, mas que tem produzido cada vez mais obras LGBTQIA+ genuínas, falar sobre homossexualidade na maturidade pode ser uma novidade. E é esse frescor que a diretora traz em uma jornada de liberação, preconceito e descoberta.
Pode ser que o marido de Elza volte, e a relação das duas seja desfeita, porém Claudina está pronta para ser feliz e viver a melhor versão de si mesma, em mais esse excelente filme dos hermanos chilenos.
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