quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Caravaggio(Reino Unido, 1986)



Caravaggio, de Derek Jarman, diretor de Eduardo II, são suas pinceladas de como teria sido a vida do pintor renascentista, com muita licença poética, porém respeitando a obra do pintor, fazendo de cada plano, de cada enquadramento verdadeiras obras de arte.

A produção inicia com Caravaggio, Nigel Terry, em seu leito de morte. Logo o vemos jovem e belo pulando nu com um homem mais velho, procurando abrigo na igreja e exibindo sua obra para os cardeais.

Já mais velho, a ambiguidade sexual de Caravaggio é acentuada, principalmente quando ele entra numa relação com Ranuccio, papel de Sean Benn, e Lena, a ainda muito jovem Tilda Swinton, em seu segundo longa, numa espécie de “triângulo amoroso” da história.

Muitos detalhes nos pincéis e nas tintas, na inspiração das obras primas e no servo que o acompanha, ao mesmo tempo que também é uma figura homoerótica. Caravaggio percorre pelos bares cheio de situações mundanas, com marinheiros, prostitutas e moradores de rua. 

A fotografia de Gabriel Bernstain é primorosa, elevando ao ponto alto a estética renascentista de Caravaggio, com enquadramentos muito bem pensados e iluminação que nos permitem perceber a técnica do artista

Um afeminado usa uma máquina de escrever dentro da banheira, em um momento de total licença poética. Lena ganha um vestido e vai para uma festa dionisíaca onde ocorrerá o desfecho apoteótico. Verídico ou não, o filme explora uma faceta do pintor renascentista por um ponto de vista sutil, desconhecido e com um certo posicionamento queer.




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