No filme do argentino Martin Deus, o adolescente Lorenzo, interpretado com consistência por Angelo Mutti Spinetta, é o último a ser escolhido no esporte da escola, se constrange enquanto todos ficam nus no banheiro. Sua homossexualidade não é escancarada, mas afinal de contas, não precisa.
Quando os pais de Lorenzo recebem o telefonema de um amigo que precisa enviar o filho de Buenos Aires, até uma região da Patagônia onde vivem, a família não reage bem, mas acaba recebendo Caíto, papel de Lautaro Rodriguez.
Caíto é um jovem atraente, tatuado e que não segue regras. Sua presença irá transformar intensamente a vida de Lorenzo, que acaba deixando de lado seu certo ar infantil, para encarar a adolescência com mais confiança.
A relação dos dois vai sendo construída aos poucos, os dois adolescentes trocam confidências, pedalam juntos, enfim, Caíto parece ter se tornado o amigo que Lorenzo nunca teve, ainda que seus pais o vejam com certa desconfiança.
Na sutileza do roteiro, percebemos que Lorenzo está apaixonado, e essa paixão é embalada por belas canções de Mariano Barella ou Bersuit Vergarabat. Um segredo compartilhado por Caíto o une a Lorenzo e fortalece seus laços.
Meu melhor amigo é um filme sobre autodescoberta, muito sutil e delicado ao abordar a homossexualidade. No fim, quem se apaixona por Lorenzo, somos nós, o público.
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