quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

É Apenas o fim do mundo(Juste la fin du monde, Canadá, 2016)


Após lançar sua obra prima, Mommy, premiada em Cannes, o jovem cineasta Xavier Dolan precisava surpreender, mas optou por manter os mesmos temas de complexas relações familiares rodeado por seus elementos característicos.

Baseado numa peça, de Jean Luc Lagarce, Dolan, conta a história de Louis, interpretado por Gaspard Ulliel, do polêmico Saint Laurent. Após 12 anos, ele regressa a casa da família para anunciar que vai morrer, onde reencontra a mãe(Nathalie Baye), o irmão Antoine(Vincent Cassel), Suzanne(Léa Seydoux) e conhece a cunhada, Catherine(Marion Cotillard).

Após Cannes, Dolan conseguiu levar atores renomados para seus filmes. É impressionante a carga dramática que Vincent Cassel coloca no seu personagem, o ator aliás sempre ótimo em papéis densos, como em La Haine.

O plano de Louis, que é um escritor, acaba quando as discussões em família se sobressaem, e em diálogos agressivos e ácidos o clima é de total histeria e hostilidade. Catherine observa tudo, sem poder fazer muito já que efetivamente não faz parte da família.

Os diálogos são bastante teatrais, mas a linguagem cinematográfica de Dolan está bem evidente no uso de planos, movimento e enquadramentos bem peculiares. Aliás, o diretor sempre prezou pela estética e vem fazendo disso uma marca.  A homossexualidade do personagem Louis, apesar de ser mencionada e incomodar Antoine, não é o foco, de É Apenas o fim do mundo, que está na família completamente disfuncional.
O  filme é pesado e denso e no final nos coloca para refletir. A obra também foi aclamada e premiada em Cannes, dividindo o Grande Prêmio do Júri de 2016 com o romeno “Baccalauréat”, de Cristian Mungiu.


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