O longa segue a história de Laurence Alia (Melvil Poupaud), um professor de literatura com um relacionamento bem estável com a sua namorada, a descolada, Fred Delair (Suzanne Clément), que decide, de um momento para o outro, no aniversário de 30 anos, assumir sua transexualidade. Uma decisão carregada de consequências em plenos anos 1990.
A medida que vai se transformando, Laurence vai também transmutando sua vida, perde o emprego, pois naquela época transexualidade era considerada transtorno mental, deixa de ver o pai, ainda que mantenha uma relação intensa e conturbada com a mãe. Seu relacionamento com Fred, também muda, apesar dessa estar sempre ao lado dela e a defender.
Temos aqui uma discussão sobre orientação sexual e identidade de gênero. No momento que Laurence aparece como uma transexual, sua figura é estranha, no início ela quase nunca usa peruca, causando incômodo na sociedade que reage a jogando para a marginalidade
Sobre a trilha sonora, outra marca registrada de Dolan, ele lembra Tarantino e Almodóvar nesse aspecto, sempre com a música certa para o momento adequado. O que se falar quando têm Fever Ray, Bette Davis Eyes, The Cure e Céline Dion embalando uma trama?
A estética do filme é mais simples na tabela de cores, porém ousa em planos e enquadramentos para todos os gostos. Uma das sequências é o baile onde Fred, encarna a mulher fatal e exalta toda sua feminilidade.
O filme é longo, são quase 2h e meia, nesse meio tempo muita coisa acontece, Laurece arruma uma nova namorada, Fred casa, enfim, o filme foca mais nas relações humanas do que no processo de transição, cada um vive sua vida à sua maneira, porém o desfecho dessa história será inusitado.
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