Um belo michê se prostitui pelos corredores de um prédio, entra num apartamento onde uma galera está cheirando cocaína, começa a fazer um strip para a alegria de todos. Logo no início sentimos no filme o apelo conceitual, que até remete a uma obra de Fassbinder, mas apesar de ter seus momentos, sem a mesma profundidade.
Traduzido em Portugal como O Prostituto, o filme vai a fundo nas conversas complexas e momentos que deixam clara uma homenagem a Garotos de Programa de Gus Van Sant. As cenas de sexo, acontecem e com frequência, mas abrem mais espaço para discussão e debate. A beleza e o corpo do ator Ben Bonenfant são exploradas com exaustão no longa do diretor queer Joseph Graham.
Enquanto desejos sexuais vão sendo satisfeitos, o michê atende praticamente todos os moradores do prédio, aqueles corredores vão se tornando um mistério, uma metáfora para os caminhos da vida, um labirinto.
A medida que vai se envolvendo com os moradores, a história vai ficando bizarra. O fato dele não conseguir sair do prédio, lembra até Buñuel e seu O Anjo Exterminador e rende momentos bonitos e até mesmo poéticos.
Numa só noite, ele fatura muito dinheiro, mas as regras do michê, assim como Julia Roberts em Uma Linda Mulher, não incluem beijo na boca. Nessa noite, porém, ele acaba tendo uma epifania que o levará a um desfecho inesperado.
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