As drags passam montadas quase que full time, por isso numa rara cena do início do filme podemos ver Vida Boheme sua personagem se montando, ainda sem peruca e se preparando para o triunfo em um momento mais intimista.
As homenagens ao universo drag começam logo no início, quando em um concurso, onde são mostradas várias personalidades Vida divide o prêmio com a grandalhona Roxeena Jackson, Wesley Snipes. A coroa é entregue por nada menos que RuPaul, como a Miss Rachel Tamsons, profetizando o papel que desempenharia anos depois coroando drags em RuPaul’s Drag Race.
Com o prêmio na mão, elas precisam ir até Nova York concorrer a mais uma etapa do concurso, mas não sem antes se penalizarem com Chi-Chi Rodriguez, uma drag latina iniciante a quem elas adotam e decidem transformar em uma verdadeira queen. Antes porém uma paradinha, para uma participação luxuosa de Robin Williams.
A trilha que exalta a cultura queer através de ícones como Barbra Streissend, Eartha Kit e Cyndi Lauper dá todo o tom colorido, lúdico e pintoso do filme. Juntas, elas começarão uma fuga de um policial que preconceituosamente as aborda na estrada.
Na cidadezinha que são recebidas elas causam em figurinos fabulosos e conquistam a alegria e simpatia de todos, se tornando uma espécie de ícone para aquela comunidade e criando vínculos e laços, numa situação exatamente contrária ao que se encontra em Priscilla, a rainha do deserto, com episódios de hostilidade e homofobia.
Para Wong Foo, obrigada por tudo Julie Newmar é um divisor da cultra drag dentro dos Estados Unidos, onde pode abrir muitos caminhos. O filme, que apesar de ter algumas escolhas estéticas duvidosas e falhas no roteiro, é inteligente ao defender com orgulho a causa LGBTQIA+, porém acho que falta nele, talvez por abordar mais o universo dos concursos, um grande número musical.
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