sábado, 5 de dezembro de 2020

Para Wong Foo, obrigada por tudo! Julie Newmar(To Wong Foo, Thanks for Everything! Julie Newmar, EUA, 1995)


Quando o filme australiano Priscilla, a rainha do deserto, estourou em 1994, bastou apenas um ano para que Hollywood lançasse a sua própria versão de um road movie com Drag Queens. O elenco era bem inusitado, o belo Patrick Swayze, o bombado Wesley Snipes, e o latino iniciante Jonh Leguizano.


As drags passam montadas quase que full time, por isso numa rara cena do início do filme podemos ver Vida Boheme sua personagem se montando, ainda sem peruca e se preparando para o triunfo em um momento mais intimista.

As homenagens ao universo drag começam logo no início, quando em um concurso, onde são mostradas várias personalidades Vida divide o prêmio com a grandalhona Roxeena Jackson, Wesley Snipes. A coroa é entregue por nada menos que RuPaul, como a Miss Rachel Tamsons, profetizando o papel que desempenharia anos depois coroando drags em RuPaul’s Drag Race.

Com o prêmio na mão, elas precisam ir até Nova York concorrer a mais uma etapa do concurso, mas não sem antes se penalizarem com Chi-Chi Rodriguez, uma drag latina iniciante a quem elas adotam e decidem transformar em uma verdadeira queen. Antes porém uma paradinha, para uma participação luxuosa de Robin Williams.

A trilha que exalta a cultura queer através de ícones como Barbra Streissend, Eartha Kit e Cyndi Lauper dá todo o tom colorido, lúdico e pintoso do filme. Juntas, elas começarão uma fuga de um policial que preconceituosamente as aborda na estrada.

Na cidadezinha que são recebidas elas causam em figurinos fabulosos e conquistam a alegria e simpatia de todos, se tornando uma espécie de ícone para aquela comunidade e criando vínculos e laços, numa situação exatamente contrária ao que se encontra em Priscilla, a rainha do deserto, com episódios de hostilidade e homofobia.

Para Wong Foo, obrigada por tudo Julie Newmar é um divisor da cultra drag dentro dos Estados Unidos, onde pode abrir muitos caminhos. O filme, que apesar de ter algumas escolhas estéticas duvidosas e falhas no roteiro, é inteligente ao defender com orgulho a causa LGBTQIA+, porém acho que falta nele, talvez por abordar mais o universo dos concursos, um grande número musical.

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