terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Ammonite(Reino Unido, 2020)


Kate Winslet começou sua carreira como uma lésbica transtornada no excelente Almas Gêmeas, de Peter Jackson, ambientado nos anos 1950. Agora, nesse segundo longa de Francis Lee, do elogiado Reino de Deus, ela volta ainda mais no tempo com a homossexualidade de um personagem, até 1840, quando vive a verídica arqueóloga Mary Anning.

Amonites são fósseis de antigas criaturas marinhas, e é com isso que a personagem de Winslet, Mary Anning, trabalha na pequena cidade litorânea de Lyme, na Inglaterra, ela é uma paleontóloga que mora com a mãe, Molly, interpretada pela ótima Gemma Jones em sua segunda colaboração com o diretor.

Quando um geólogo escocês, prestes a partir para a Europa, pede para que Mary faça companhia para sua esposa Charlotte, Saoirse Ronan de Lady Bird, ela reluta, porém acaba aceitando.

Mary e Charlotte começam então a desenvolver uma relação de cumplicidade, que a princípio é cheia de rispidez por parte de Mary, mas quando ela é pega desenhando Charlotte dormindo, naquele momento percebe-se que ela está apaixonada.

As duas atrizes possuem uma química eletrizante em cena, e seu romance a medida que vai se desenvolvendo vai ficando mais envolvente. As cenas de sexo são delicadas mas bastante intensas. A premissa do amor entre mulheres em tempos longínquos tem sido uma constante no cinema com obras como Elisa y Marcela e Retrato de uma jovem em Chamas.

O ator romeno Alec Secareanu ,é o único homem no elenco em um filme que é tão feminino e empoderador com o olhar muito sensível do diretor. Em 2010, Mary Anning foi reconhecida como uma das dez mulheres britânicas que mais influenciaram na ciência. O filme porém trata de amor e é uma verdadeira poesia com ares de Viriginia Wolf.


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