Assumir-se gay em uma cultura repressiva acabou se tornando um subgênero dentro do cinema de temática LGBTQIA+. No ambiente conservador e repressor de duas famílias ciganas de Madri, é que o longa, da diretora Arantxa Echeverría, traça o crescente caso de amor entre duas jovens.
Lola(Zaira Romero), uma grafiteira com um interesse ocioso por ornitologia, deseja outras coisas, conforme estabelecido em uma cena inicial em que ela procura no Google por "Lésbicas de Madri". E quando ela conhece Carmen (Rosy Rodríguez), uma atrevida garota de 17 anos que está noiva de seu primo, esse desejo toma forma humana.
Carmen fica horrorizada com a revelação da homossexualidade de sua nova amiga, mas aos poucos percebe que retribui os sentimentos românticos de Lola. Segue-se um caso de amor sorridente e castamente apresentado de acordo com as normas e tradições de sua cultura.
O elenco, em grande parte não profissional, se dá bem, com Romero e Rodríguez incorporando um certo tipo de química de atração de opostos. Lola é mais quieta e pensativa, uma moleca que oscila quando é forçada a usar saltos altos. Carmen é mais extrovertida, feminina e cheia de atitude.
Apesar da cultura gitana ser apresentada por meio de belas canções, rituais religiosos e casamentos arranjados, é mesmo no seu conservadorismo que está o foco de Carmen & Lola. Afinal de contas suas tradições não aceitam a homossexualidade, e diante das famílias o romance das duas protagonistas seria algo totalmente impossível.
Embora a vida cigana provavelmente tenha suas compensações, aqui ela é apresentada como algo que os jovens pretendem escapar, até mesmo o namorado de Carmen está cansado das imposições culturais. É nessa busca pela libertação que a diretora optou em fazer um filme linear, e profundamente positivo, sobre as descobertas do primeiro amor.
Ótima resenha! O mundo gitano é cheio de preconceitos e valores religiosos muito estrictos. O filme deve ser ótimo vou ver!
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