sexta-feira, 7 de maio de 2021

Yo, Adolescente(Argentina, 2020)

Yo, Adolescente, de Lucas Santa Ana, começa em 2004, ano em que muitos jovens morreram em um incêndio na boate Cromanón, em Buenos Aires. Diante de tal tragédia, o jovem Zabo(Renato Quarttodio), de 16 anos, começa a escrever sua enxurrada de experiências juvenis em um blog, mas que não publica.

Zabo encontrou um grande aliado em Pol (Tomás Agüero), um adolescente gay que compartilha com o amigo o amor pela música, as referências nas camisetas e nos pôsteres no quarto do protagonista vão de Nirvana, Ramones à banda argentina Babasónicos.


Mas Pol se suicida na mesma época do incêndio.  E então Zabo, que é amigável, charmoso e popular tanto com as meninas quanto com os meninos, não consegue encontrar tempo para o luto e entra numa jornada de conflitos e descobertas adolescentes.


O mais notável no filme é sua disposição de mostrar a fluidez sexual dos personagens. Ao fazer uma lista com as características para uma pessoa perfeita, Zabo se dá conta que pode ser Tomás(Thomas Leterra), o amigo que mais lhe compreende, e fica obcecado com a ideia.


A bissexualidade é escancarada por meio do brutamontes sorridente Ramiro (Jerónimo Bosia) que é capaz de satisfazer Zabo sexualmente e Tina (Malena Narvay) que é divertida, excitante, boa de cama, mas tem namorado. 


O grupo formado pelo protagonista, que divide um galpão como refúgio, está apto para vivenciar todo o tipo de aprendizado que a adolescência pode proporcionar, porém pensamentos desajustados podem levar a caminhos muito mais obscuros do que a esperada maturidade.


Premiado no Festival de Cine Ibero-Americano de Huelva, em 2020, como Melhor Filme e Melhor Ator, o longa, que é baseado em fatos reais, é tecnicamente impecável, mas o mais importante de tudo é que ele deixa uma mensagem poderosa e um espírito de reflexão.


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