Yo, Adolescente, de Lucas Santa Ana, começa em 2004, ano em que muitos jovens morreram em um incêndio na boate Cromanón, em Buenos Aires. Diante de tal tragédia, o jovem Zabo(Renato Quarttodio), de 16 anos, começa a escrever sua enxurrada de experiências juvenis em um blog, mas que não publica.
Zabo encontrou um grande aliado em Pol (Tomás Agüero), um adolescente gay que compartilha com o amigo o amor pela música, as referências nas camisetas e nos pôsteres no quarto do protagonista vão de Nirvana, Ramones à banda argentina Babasónicos.
Mas Pol se suicida na mesma época do incêndio. E então Zabo, que é amigável, charmoso e popular tanto com as meninas quanto com os meninos, não consegue encontrar tempo para o luto e entra numa jornada de conflitos e descobertas adolescentes.
O mais notável no filme é sua disposição de mostrar a fluidez sexual dos personagens. Ao fazer uma lista com as características para uma pessoa perfeita, Zabo se dá conta que pode ser Tomás(Thomas Leterra), o amigo que mais lhe compreende, e fica obcecado com a ideia.
A bissexualidade é escancarada por meio do brutamontes sorridente Ramiro (Jerónimo Bosia) que é capaz de satisfazer Zabo sexualmente e Tina (Malena Narvay) que é divertida, excitante, boa de cama, mas tem namorado.
O grupo formado pelo protagonista, que divide um galpão como refúgio, está apto para vivenciar todo o tipo de aprendizado que a adolescência pode proporcionar, porém pensamentos desajustados podem levar a caminhos muito mais obscuros do que a esperada maturidade.
Premiado no Festival de Cine Ibero-Americano de Huelva, em 2020, como Melhor Filme e Melhor Ator, o longa, que é baseado em fatos reais, é tecnicamente impecável, mas o mais importante de tudo é que ele deixa uma mensagem poderosa e um espírito de reflexão.
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