Tomo teve que crescer um pouco mais rápido do que seus colegas, graças à irresponsabilidade de sua mãe (Mimura). A garota conta há muito tempo com seu gentil tio Makio (Kenta Kiritani) mas fica surpresa ao descobrir que a nova namorada, Rinko (Toma Ikuta), foi morar com ele.
Existe uma imensa generosidade nos olhos da personagem trans, uma enfermeira cuidadora, de fala mansa e com um coração tão grande quanto suas mãos assumidamente masculinas, Rinko gradualmente conquista Tomo com ternura, afeto e interações dramáticas. A inocência da menina permite que ela pergunte o que aconteceu com o pênis da nova amiga.
Em pouco tempo, os três estão compartilhando segredos, percorrendo avenidas idílicas de flor de cerejeira e colaborando em um tricô excêntrico. Assim, uma unidade familiar não convencional toma forma, com Rinko como a mãe amorosa que Tomo nunca teve.
O tricô age como uma metáfora de ligação, confortável e agradável, que une os protagonistas. Ainda que também sirva para expurgar a raiva em momentos de tensão. O flashback de Rinko recebendo todo o apoio de sua mãe quando criança, ganhando seios de espuma, é simplesmente memorável.
Com uma franqueza silenciosa, o filme explora identidade de gênero e alternativas familiares com muita delicadeza. O roteiro de Ogigama mostra um retrato de família cheio de nuances e equilibradamente iluminado, com compaixão e conflito.
Vi de novo esse filme Mto bonito e delicado na sua narrativa
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