sábado, 29 de maio de 2021

Luz(EUA, 2020)


Vendido como um filme de prisão, Luz, de Jon Garcia, aborda o machismo presente na comunidade latina no hostil ambiente carcerário. O roteiro dividido corretamente em três atos apresenta uma história de paixão que quebra paradigmas de masculinidade.


A premissa trata do fato de Ruben (Ernesto Reyes) ser preso devido a um acidente de carro e suas relações com o primo mafioso. Ele teve que deixar sua filha para trás. Enquanto tenta se adaptar à vida na prisão, Ruben conhece seu companheiro de cela Carlos (Jesse Tayeh). Embora o primeiro encontro não seja dos melhores, os dois lentamente começam a se entender e sua conexão se torna romântica, até o ponto de uma libidinosa cena de sexo.


O amor deles é interrompido quando chega a hora de Carlos partir. Quando Ruben é libertado, dois anos depois, ele tem que descobrir seus sentimentos por Carlos fora da prisão e planejar como tirar sua filha de uma situação perigosa. A narrativa não termina quando os personagens se separam, já que eles logo se reencontram, com Carlos casado e morando com a mãe mexicana. 


O diretor sabe como lidar com as emoções  e seus problemas com a sexualidade. As atuações são boas em todos os aspectos, com ambos os atores atuando de forma impressionante durante as cenas emocionalmente vulneráveis.


A trilha, com belas canções em espanhol, é um dos pontos altos do filme, afinal ela define a latinidade do casal protagonista. Apesar de, principalmente, Carlos carregar o aspecto do machão mexicano, ele é frágil e completamente exposto aos seus sentimentos.


Emocionalmente pesado, o ato final do filme ganha ares de thriller, com desfechos difíceis de prever e uma torcida aflita do público. Embora haja algumas falhas, os resultados que Luz apresenta são mais positivos e autênticos, do que se possa imaginar.



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