Apontado como o Inimigo Nº 1 da Grã Bretanha, fascista gay e terrorista homossexual, Peter Tatchell é um militante fervoroso pelos direitos LGBTQIA+, que com suas estratégias, muitas vezes agressivas, acabou chamando a atenção para o bem e para o mal.
O documentário de Christopher Amos, produzido por Elton John, é construído em cima de uma entrevista do próprio Tatchell à Ian McKellen, onde relembra 50 anos de ativismo, de um jovem que deixou a conservadora Austrália para travar uma luta heroica no Reino Unido.
Quando a batalha de Stonewall aconteceu em Nova York, acordou o mundo para a questão dos direitos dos homossexuais. Na Inglaterra, Peter Tatchell foi um dos responsáveis pela Frente da Libertação Gay, que em 1972, promoveu a Primeira Parada do Orgulho LGBTQIA+ em Londres.
Com a necessidade de criar leis que garantissem acima de tudo a segurança da população LGBTQIA+, Tatchell tentou entrar para a vida política se candidatando a deputado. Ridicularizado e ameaçado por sua homossexualidade, o candidato sofreu uma derrota esmagadora, combustível para mais energia.
A década de 1980 foi assombrada pela epidemia da AIDS e o crescimento da homofobia chegou até o governo de Margareth Thatcher, que fazia discursos conservadores e anti-homossexuais. Tatchell e sua equipe tiveram que trabalhar dobrado para conscientizar e garantir direitos, em um dos períodos mais obscuros da história LGBTQIA+.
Uma de suas ações mais emblemáticas aconteceu durante a Missa de Páscoa, na Catedral de Londres, conduzida pelo Bispo George Carey. Ele e diversos ativistas invadiram o púlpito e com cartazes e gritos de ordem chamaram a atenção da imprensa. Em seu depoimento o próprio religioso, chocado na época, traça hoje um paralelo entre o ativista e Jesus Cristo.
Militante global, Peter Tatchell protestou contra o ex-presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, onde acabou sendo espancado e mais uma vez voltando os holofotes para si. Na Rússia, ele foi questionar a FIFA, por escolher um país homofóbico como sede de uma Copa, e protestar sobre as mortes na Chechênia.
Com um senso enorme de amor, liberdade, igualdade e justiça ,Peter Tatchell é um caso raro de militância. Sua paixão e devoção em defender as causas LGBTQIA+ e os direitos humanos deixaram sequelas, mas ele faz questão de enfatizar que a luta não irá parar. Documentário imperdível disponível na Netflix!
Super interessante muito bom texto e dica
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