quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Problemas Femininos(Female Trouble, 1974)


Para suceder Pink Flamingos, John Waters precisava se superar e preparou mais uma produção entre os amigos da Dreamland, uma obra tão grotesca quanto controversa, porém sem o mesmo choque da anterior. Divine começa o filme como a adolescente Dawn Davenport que come sanduíches em aula, fuma no banheiro e sofre humilhação, inclusive dos professores.

Dawn é estuprada pela versão masculina de Divine, num retrato da escatalogia mais pura, um homem que Waters faz questão de mostrar que está com as cuecas sujas. Grávida e rejeitada pelo pai da criança, a personagem dá a luz num sofá, se torna garçonete, dançarina exótica e prostituta.


Com sua filha já crescida entra para o crime e encontra uma rival, interpretada por Edith Massey que tanto mostrando os seios quanto em uma roupa de látex justíssima era uma personagem singular, que incentivava o amigo e amante de Divine a ser gay. Enquanto isso a filha tem um despertar espiritual e vira Hare Krishna.


Um casal exótico comandado por David Lochary, o mentor drag de Divine a convida para ser uma estrela trash, e ela aceita posando para fotos e fazendo eventos mirabolantes. Mas sua rivalidade com Edie, faz com que essa além de despejar lixo no seu quintal, jogue ácido em sua cara, deixando-a deformada.


Com o rosto desfigurado e um moicano no cabelo Dawn se transforma numa terrorista da arte. É aclamada por um grupo de queers e atua numa cena icônica num pula-pula. Caricata e fabulosa Dawn Davenport agora é uma estrela punk Trash que atira contra a plateia.


Alerta de Spoiler: Presa e condenada, Dawn morre eletrocutada na cadeira elétrica em uma cena chocante. Problemas Femininos é mais uma obra surreal e absurda que flerta com os filmes de terror mais inesperados com o toque do que John Waters sabia fazer de melhor: impactar o público.


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