Uma chuva de cereal sobre o pequeno Neil, ilustra a descoberta do prazer. Logo ele divaga sobre masturbação e seu primeiro orgasmo aos 8 anos enquanto via um casal transando. O colega de baseball, Bryan, também de 8 anos, é menos sexual e ele vê OVNIS enquanto aparece com o nariz sangrando e acredita ter sido abduzido.
Ambientado no início da década de 1980, o filme de Gregg Araki, é sobre sexualidade na infância, mas vai muito mais além tratando de um tema pesado: a pedofilia. Com certeza entre os vários desejos homossexuais de Neil não estavam ser abusado por seu estuprador.
Todo o retrato da pedofilia é construído com o treinador levando Neil para passear, o alimentando com doces e finalmente consumando a relação. O menino que até parecia gostar carregaria o trauma pro resto de sua vida e a violência das imagens para o resto de sua vida.
Em 1987, ele então aos 15 anos faz bicos de michê, entrando em carros de desconhecidos e oferecendo sexo fácil. Nessa fase Neil, é interpretado pelo então iniciante Joseph Gordon Levitt, que já mostra a que veio, nesse seu primeiro papel de destaque. Motivado pela amiga Wendy, ele vai morar em Nova York.
Em 1991, ele está em Nova York praticando sexo sujo e vendido. Há uma cena que é realmente forte. Enquanto isso Brian tenta descobrir explicações para sua abdução mas sabe que Neil, pode ajudar, pois sonha com ele constantemente e isso está relacionado aos seus ‘apagões’.
Não é um filme fácil de ser digerido, ainda mais com um tema tão polêmico, pesado e repulsivo, mesmo assim há sutileza e sensibilidade nas cenas, principalmente quando os dois protagonistas se encontram, e revivem o trauma de terem sido abusados quando crianças. Se Freud explicasse Mistérios da Carne, ele diria que tudo o que somos brota da infância.
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