Produzido para a televisão francesa, Beijos Escondidos, de Didier Bivel, se propõe a escancarar a homofobia velada nas escolas e nas famílias, ao mesmo tempo em que é um filme sobre o amadurecimento de dois adolescentes.
Nathan(Bérenger Anceaux) acaba de se mudar para uma nova cidade com o pai Stephen(Patrick Timsit), um policial. Quando vai a uma festa é fotografado beijando um outro rapaz, não identificado, assim como o autor que posta nas redes sociais gerando uma onda de homofobia entre seus colegas de escola.
Ao contar para o pai Stephen sobre sua homossexualidade, Nathan mostra coragem e honestidade, enquanto seu progenitor de início o renega, mas aos poucos vai percebendo que aquela é a natureza do filho, algo que ele não pode mudar e deve aceitar.
Inteligente, o roteiro mostra os três ângulos de cada envolvido na foto, conforme vão sendo revelados novas situações vão sendo expostas, assim como a descoberta do parceiro de beijo, Louis(Jules Houplain).
Louis vive uma outra realidade, tem uma namorada e inclusive ataca Nathan em uma briga homofóbica no banheiro da escola. Mas quando seus pais Bruno(Bruno Putzulu) e Corinne(Barbara Schultz) descobrem pornografia gay no computador do filho, reagem da pior maneira possível, principalmente o pai, que vê no desprezo uma solução.
Com o posicionamento da escola, cheia de preconceitos através de suas políticas, a onda homofóbica acaba também afetando os seus professores, que tentam levar o bullying para o debate em sala de aula. O professor de inglês chega inclusive a citar Oscar Wilde e tem sua sexualidade questionada. Diante de tamanha crueldade, a professora de matemática sai do armário em sala de aula.
A homofobia, principalmente em países como a França, pode parecer exagerada para os dias de hoje. Mas acho que essa é realmente a intensão, potencializar algo tão danoso na vida de um adolescente gay. Uma excelente obra, que mesmo feita para a TV, acabou nas salas de cinema da França, onde levou quatro milhões de espectadores.
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