Apresentado no Festival de Veneza, em 2020, onde venceu o prêmio Queer Lion, The World to come, da diretora norueguesa Mona Fastvold, adapta o romance de Jim Shepard numa história de amor incrivelmente bela, ambientada nos EUA rural, dos anos 1850.
O diário de Abigail, interpretada por Katherine Waterston, da franquia Animais Fantásticos, narra os acontecimentos de sua vida sofrida devido à morte da filha. O luto a mantém cada vez mais afastada do marido, Dyer(Casey Affleck). Todo céu se torna um inferno ao lado da pessoa errada.
A vida na fazenda muda com a chegada do irritante e inseguro Finney, Christopher Abbott, de Possessor, e sua esposa Tallie, Vanessa Kirby, indicada ao Oscar por Pieces of a Woman. O casal arrenda uma fazenda nos arredores e mantém uma estranha relação.
Quando Tallie, a bela dos cabelos de fogo, começa uma amizade com Abigail, já é fácil imaginar o que irá acontecer. O roteiro, do próprio autor do livro em parceria com Ron Hansen, é muito eficiente em não cair nos clichês dos filmes do gênero e a direção muito sutil nos beijos e cenas de sexo.
Em um mundo onde deviam ser moldadas por seus homens, fazendeiros rústicos, e viverem relações tóxicas, Abigail e Tallie caminham a frente do seu tempo para lidar com seus sentimentos. No entanto, elas não conseguem escapar de ter seus destinos traçados pelo sexo masculino.
Cheio de simbolismos, como uma forte nevasca, ou as tetas de uma vaca sendo ordenhadas, o filme vai sendo construído em cima de uma poderosa feminilidade e uma narração poética, que reverenciam a obra prima Retrato de uma jovem em Chamas.
A mistura de espanto com alegria de Abigail ao beijar Tallie pela primeira vez, sintetiza um pouco do espírito do filme, que tem um show de atuações de todo o elenco e uma química perfeita do casal que separado é ‘como uma biblioteca sem livros’.
Adorei p texto
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