Março é o mês de celebrar a mulher e todas as suas conquistas na sociedade. Na sétima arte, o sexo feminino, vêm desde os primórdios buscando seu lugar ao sol e o reconhecimento finalmente vem chegando, com mulheres envolvidas em grandes produções, indicadas à importante prêmios e cada vez mais ganhando espaço para expressar sua arte e contar suas histórias. Encerramos nossa semana especial #8M, com uma lista de 10 obras LGBTQIA+ realizadas por diretoras, como forma singela de exaltar mulheres de todos gêneros e identidades.
10 - Beach Rats(EUA, 2017, de Eliza Hittman)
A diretora Eliza Hittman, que fez sua estreia com Forever's Gonna Start Tonight, também dirigiu alguns episódios de 13 Reasons Why e atualmente colhe os frutos do sucesso de seu mais recente filme, Nunca, Raramente, Às vezes, Sempre. Em Beach Rats, cujo também escreveu o roteiro, ela conta a história de um adolescente sem rumo do Brooklyn que luta para escapar de sua vida doméstica desoladora e navega em questões de auto identidade, enquanto equilibra seu tempo entre seus amigos delinquentes, uma nova namorada e homens mais velhos que ele conhece na internet.
09 - Elisa & Marcela(Elisa y Marcela, Espanha, 2019, de Isabel Coixet)
Com uma filmografia extensa, a diretora catalã Isabel Coixet, já dirigiu obras aclamadas como Minha Vida sem Mim, A Vida Secreta das Palavras e Fatal. Em Elisa & Marcela, sua primeira produção para a Netflix, totalmente fotografada em preto e branco, ela conta a história real de um casamento inesperado entre duas mulheres no início dos anos 1900. Para driblarem as regras locais e poderem se casar, Elisa forja documentos de um parente falecido e se passa por um homem para viabilizar a primeira união homossexual da Europa.
08 - Monster - Desejo Assassino(Monster, EUA, 2003, de Patty Jenkins)
Monster foi o filme de estreia de Patty Jenkins, que mais tarde ficou conhecida por dirigir os filmes da Mulher Maravilha, protagonizados por Gal Gadot. Seu primeiro longa conta a história verídica de Aileen Wuornos(Charlize Theron) que anda de bar em bar e se prostitui até o dia em que conhece a jovem Selby Wall(Christina Ricci), mandada pelos pais para viver com os tios e tentar "curar sua homossexualidade". No entanto, a paixão entre as duas é mais forte que as pressões da família. E juntas decidem tomar conta de seus destinos. Na impossibilidade de achar um emprego sério, Aileen continua a se prostituir para poder sustentar a namorada. Quando um de seus clientes se torna mais violento e coloca sua vida em risco, ela é obrigada a cometer um crime para se defender. E esse será o primeiro de uma série que a levará à destruição. O longa rendeu à Charlize Theron, o Oscar de Melhor Atriz, em 2004.
Após Para Wong Foo, o filme mais relevante de Beeban Kidron foi Bridget Jones: No limite da razão, seu último longa, de 2016, Hippie Hippie Shake é estrelado por Sienna Miller e Cillian Murphy. A obra de 1995, é uma hilariante comédia estrelando Wesley Snipes, Patrick Swayze e John Leguizano como Roxeema Jackson, Vida Boheme e Chi Chi Rodriguez. As queens partem de Nova York para Hollywood para um concurso de beleza, no caminho, elas são forçados a um desvio imprevisto. Perdidas numa pequena cidade as três tiram proveito da situação. Seu brilho e glamour chacoalham os moradores e o palco está montado para um fim de semana de alegria e extravagância.
06 - Corações Desertos(Desert Hearts, EUA, 1985, de Donna Deitch)
O filme, de 1985, é considerado um marco por tratar a homossexualidade com naturalidade, pelo olhar feminino de Donna Deitch. No longa, Vívian é uma professora de inglês reprimida que vai a Reno para um divórcio rápido, em 1959, onde conhece Cay, uma jovem bonita, destemida e bem resolvida que trabalha num cassino. As duas desenvolvem uma amizade que desperta desejos em Vívian que ela não pode negar. Após sua belíssima estreia em Corações Desertos, a diretora condicionou a sua carreira em séries como Grey's Anatomy e Lei e Ordem.
05 - XXY(Argentina, 2007, de Lucía Puenzo)
Ganhador do Goya de Melhor Filme Íbero-Americano, XXY adentra o universo da intersexualidade. Tentando fugir dos médicos que desejam alterar a ambiguidade genital de Alex, seus pais a levam para um vilarejo no Uruguai. Eles estão convencidos de que uma cirurgia deste tipo seria uma violência ao corpo da adolescente e, com isso, vivem isolados numa casa nas dunas. Até que, um dia, a família recebe a visita de um casal de amigos, que leva consigo o filho adolescente. É quando Alex, que está com 15 anos, e o jovem, de 16, sentem-se atraídos um pelo outro. Com a sempre ótima atuação de Ricardo Darín. A diretora Lucía Puenzo realizou ainda O Menino Peixe, roteirizou O Silêncio do Céu, com Leonardo Sbaraglia e Carolina Dieckman, e atualmente dirige a série La Jauria, com Daniela Veja, no Amazon Prime.
04 - Orlando - A Mulher Imortal(Orlando, Reino Unido/Irlanda, 1992, de Sally Potter)
Nessa adaptação do romance de Virginia Wolf, após participar por 400 anos da história da Inglaterra como homem, Orlando, interpretad@ por Tilda Swinton, volta à vida em corpo de mulher. Transcendendo tempo e gênero, Orlando, uma mulher da nobreza ideal continua sua jornada para perceber a verdade sobre a vida, amor, e aproxima-se do próprio sexo. A diretora Sally Potter trabalhou ainda em longas como Porque Choram os Homem, Ginger & Rose e o mais recente, de 2020, Sonhos de uma Vida, com Elle Fanning, Javier Bardem e Salma Hayek.
03 - Paris is Burning(EUA, 1990, de Jennie Livingston)
Premiado e antológico, o documentário explora a cena dos Ballrooms de Nova York, na segunda metade dos anos 1980. Criada pela população LGBTQIA+ de origem afro-latina, essa subcultura é explorada em todos os seus aspectos e reflexões, tendo como foco alguns personagens marcantes de uma cena que ainda vive. O filme apresenta o conceito de famílias, casas de acolhimento, geralmente comandada por uma mãe trans. Esse longa é um ícone do chamado new queer cinema. Com a carreira de cineasta estagnada, Jennie Livingston, só voltou à direção em um episódio da segunda temporada da ótima série Pose.
02 - Meninos não Choram(Boys don't Cry, EUA, 1999, de Kimberly Peirce)
História de um garoto transexual, Brandon Teena, morador de uma pequena cidade americana. Baseado em fatos reais, o roteiro mostra os violentos preconceitos que sofre quando sua transexualidade é revelada. Um brutal e cruel retrato de transfobia, que rendeu à Hillary Swank, o Oscar de Melhor Atriz. Com Cloé Sevigny e Peter Sarsgaard, no elenco, o filme é um grito de socorro da comunidade LGBTQIA+, que ainda hoje segue passando tipos de situação assim. A diretora Kimberly Peirce, além de seguir uma jornada na militância, realizou ainda obras como o remake de Carrie, a Estranha, e dirigiu episódios de séries como Cara Gente Branca e Kidding.
Ganhador do Prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes, em 2019, o longa é ambientado na França do século XVIII, Marianne (Noémie Merlant) é uma jovem pintora que recebe a tarefa de pintar um retrato de Héloïse (Adèle Haenel) para seu casamento sem que ela saiba. Passando seus dias observando Héloïse e as noites pintando, Marianne se vê cada vez mais próxima de sua modelo conforme os últimos dias de liberdade dela antes do iminente casamento. Obra prima de Céline Sciamma, que fez sua estreia em Lírios D'água, seguido por Tomboy e Girlhood. Seu novo filme, Petite Mamam, teve estreia no Festival de Berlim, em 2021.
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