segunda-feira, 15 de março de 2021

Goodbye Seventies(EUA, 2020)


No seu mais recente longa, Goodbye Seventies, o polêmico realizador Todd Verow, dos explícitos Frisk e Anonymous, faz uma homenagem aos filmes B e a pornografia da década de 1970, abusando do metacinema e do erotismo.

Bradford(Chris Rehmann) e Vinnie(Ken Kaissar) são dois amigos que frequentam banheirões, saunas e cinemas pornô, próximos à Times Square, em Nova York. Impossibilitado de trabalhar como bailarino, pois está com a perna quebrada, Bradford vê no sexo uma oportunidade e sugere que produzam os próprios filmes para que exibam no lugar dos conceituais suecos, no famigerado cinema.


Quando conhece o homem com o sugestivo nome de Horse(Justin Ivan Brown), em uma noite de cruising, Bradford encontra o astro perfeito para os seus filmes. A produção começa e não faltam closes de pênis, bigodes setentistas e couro. Com o filme fazendo sucesso, eles começam a ganhar dinheiro, ao menos para pagar pelas próprias drogas.

Como um cartoon  de Tom of Finland, que ganha vida, o filme propõe uma jornada de sexo e cores em uma década onde a libertação sexual estava acontecendo. A presença da trans Melody, interpretada por Fatima Lewis, é prova disso.

Sexo, cigarros, cocaína, patins. A década de 1970 é retratada com as mesmas técnicas dos filmes da época. O trabalho da câmera é granulado, com um ângulo estranho e amador, mas da maneira mais comprometida possível


O sucesso teve vida curta, e o espectro crescente da AIDS se espalhou pela comunidade LGBTQIA+. O filme mostra como tudo que foi construído na era de ouro do pornô se dissolveu e foi devastado pela doença.

Usando um falso documentário como parte da narrativa o
longa é divertido e despretensioso, o próprio Todd Verow faz uma ponta como um produtor caricato. Goodbye Seventies é hipnotizante, colorido, homoerótico, mas que, como uma espécie de sátira, não se deve levar a sério demais.


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