quinta-feira, 11 de março de 2021

Fale com as Abelhas(Reino Unido/Irlanda, 2018)



Os anos 1950, inspiraram lindas obras de temática lésbica no cinema, como Carol(2015) e Corações Desertos(1985). Baseado no romance homônimo de Fiona Shaw, o longa da diretora Annabel Jankel, ambienta o romance de duas mulheres, na conservadora década.

Visto pelo ponto de vista do menino, Charlie(Gregor Selkirk), fio condutor da história e filho de Lydia, Holliday Grainger, de Cinderella, o garoto funciona como narrador da história. Um dia é ele é intimidado pela médica local Jean,  Anna Paquin, de interpretações fortes em O Piano, X-Men e na série True Blood, a conversar com suas abelhas nas colmeias.

A metáfora das abelhas, que geram o néctar da vida e também guardam segredos, é muito bonita e traz cenas poéticas ao filme que é intercalado por favos de mel, no desenrolar da história. Se você não quer, que ninguém saiba, conte às abelhas.

Despejada, e abandonada pelo marido abusivo Robert(Emmun Elliot), Lydia acaba acolhida por Jean, e vai morar em sua casa. Não demora muito para que as duas iniciem um romance, gerando o maior falatório na cidadezinha escocesa onde vivem. Enquanto parecem não ligar e protagonizar muitas cenas de amor, até que são flagradas pelo pequeno Charlie.

Com o olhar delicado, a diretora aborda homofobia, machismo, e o mais importante, o amor entre duas mulheres, em uma época tão conservadora e cruel para pessoas LGBTQIA+, que podiam inclusive ser levadas à prisão. Robert faz uma ruptura nos momentos de sensibilidade, trazendo uma bruta masculinidade.

A química das atrizes traz doçura a uma época que se negava a facilitar para homossexuais. A coragem das protagonistas e a mensagem que o filme deixa ao final, após uma série de desventuras, é linda!


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