domingo, 28 de março de 2021

Uma Cama Para Três(Gazon Maudit, França, 1995)


Josiane Balasko é uma figura do cinema francês, que dirige e co-protagoniza Uma Cama Para três, filme comovente, engraçado e profundamente sexy. Como contadora de histórias, ela tem uma visão fascinante da comédia erótica e humana.

Loli, Victoria Abril tão sensual quanto em Áta-me de Almodóvar, é uma dona de casa que tem um marido mulherengo, Laurent (Alain Chabat) e dois filhos. Quando conhece Marijo(Balasko), uma lésbica robusta e incrivelmente magnética, as duas se envolvem, iniciando um inusitado triângulo amoroso.

Enquanto Laurent faz piadas de caminhoneiro sobre Marijo com seu 'parceiro de crime' Antoine(Ticky Holgado), ela está fumando um e iniciando um romance com sua esposa espanhola. A partir daí, todos os tipos de complicações e permutas cômicas são obtidas.

Como o clássico francês A Gaiola das Loucas, Uma Cama para Três se arrisca num território queer, explorando de forma divertida a sexualidade humana. Victoria Abril não tem problema algum em ter sua nudez explorada.

Os três atores centrais  são fantásticos. Abril, que vinha dos filmes de Pedro Almodóvar, é como uma criança nervosa, com uma forma muito natural de expressar todas as suas necessidades. Chabat é fervilhante e astuto. E Balasko, totalmente a vontade e carismática num papel que criou para si mesma.

 
De certa forma, o longa remonta a uma era anterior do cinema francês, a dos anos 1960 e 1970, quando filmes de Agnès Varda exploravam as possibilidades radicais de novos tipos de relacionamento.

O que é mais divertido no filme é a sensação arejada que ele transmite, de que esses personagens podem literalmente se reinventar o tempo todo. Destaque para participação especial de Miguel Bosé ao final, outro colaborador de Almodóvar.


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