1º de Dezembro é o Dia Mundial de Combate à AIDS, uma data voltada para que o mundo una forças para a conscientização sobre o HIV. A data declarada pela OMS, desde 1988, trabalha para reforçar a informação acerca de formas de prevenção, que hoje vão além do bom e velho preservativo. 40 anos já se passaram desde o início da epidemia, décadas muito difíceis foram enfrentadas, contabilizando milhões de mortes e criando mitos acerca da doença, mas os avanços científicos vieram e hoje existe a chamada "cura medicamentosa". Embora a realidade atual, permita conviver naturalmente com a doença, com o Brasil sendo referência mundial no tratamento, é importante estar atento a todas as maneiras de cuidado. Os estigmas sobre a patologia seguem até hoje em nossa sociedade, e a arte e o cinema estão aí para ajudar a quebrá-los. Para celebrar a data, separamos 12 filmes essenciais sobre o tema:
Michael e Robert são um casal prestes a se separar na Nova Iorque dos anos 80. O motivo para o término do relacionamento é que Robert decidiu se mudar para o Quênia, onde trabalhará durante dois anos. Nos momentos que antecedem sua solidão, Michael precisará encarar as reais razões para a mudança de Robert e também a descoberta de que Nick, um ex-namorado seu, interpretado por Steve Buscemi, é portador do HIV.
Rodado por Gregg Araki, durante o movimento new queer cinema, Viver até o Fim é considerado o Thelma & Louise gay. Luke (Mike Dytri) é um cara imprudente e inquieto e Jon (Craig Gilmore)é um crítico de cinema relativamente tímido e pessimista. Ambos são gays e soropositivos. Depois de um encontro nada convencional, e depois de Luke matar um policial homofóbico, eles partem numa viagem onde o lema é "F**a-se tudo. Através dessa fuga, em forma de road movie, o diretor mostra a negação que muitos pacientes enfrentam ao descobrirem o diagnóstico de sua sorologia.
Matthew McConaughey emagreceu para ganhar o Oscar pelo papel em Clube de Compras Dallas. No início da epidemia da AIDS, nos anos 1980, quando a doença era considerada sinônimo de homossexualidade, Ron, um heterossexual texano adquiriu o vírus e passou a ter que conviver com essa nova realidade. Questionando a doença, o personagem começa a sentir os primeiros sintomas e é amparado pela transexual Rayon, personagem de Jared Leto, também ganhador do Oscar de Coadjuvante. Ele assim começa a desconstruir toda a imagem que tinha da comunidade LGBTQIA+, e inicia um negócio clandestino para adquirir medicamentos e salvar vidas.
Andrew Beckett (Tom Hanks) é um promissor advogado que trabalha para um tradicional escritório da Filadélfia. Após descobrirem que ele é portador do HIV, Andrew é demitido da empresa. Ele contrata os serviços de Joe Miller (Denzel Washington), um advogado negro que é homofóbico. Durante o julgamento, este homem é forçado a encarar seus próprios medos e preconceitos. Apesar de ter sido o primeiro filme a levar o tema para o mainstream, Filadélfia, não traz uma mensagem positiva acerca da doença. Por sua atuação, Tom Hanks ganhou seu primeiro Oscar.
Em 1989, ano que o longa de Norman René foi realizado, o rastro deixado pela AIDS era devastador. Abordando um tema tão pesado, como a trajetória da epidemia ao longo dos anos 1980, de forma leve, Meu Querido Companheiro recebeu o Prêmio do Público no Festival de Sundance, além da Indicação ao Oscar e o Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante para Bruce Davison, que brilha no papel de David.
O longa de André Canto, apresenta a trajetória do HIV/AIDS, com foco no Brasil, por meio de entrevistas com médicos, ativistas e pacientes, além de farto material de arquivo. Do pavor inicial às campanhas de conscientização, passando pelo estigma imposto às pessoas vivendo com HIV, e como a sociedade encarou essa epidemia em sua fase mortífera ao longo de mais de décadas. Educativo, o filme explica a evolução do tratamento para a doença, e mostra que hoje os remédios tornam os pacientes completamente indetectáveis e aptos para uma vida normal.
A adaptação da peça homônima de Larry Kramer, por Ryan Murphy, para a HBO começa em 1981. Uma doença misteriosa se alastra pelos Estados Unidos, com alto grau de mortalidade: cerca de 50% dos infectados acabam falecendo. Como a imensa maioria é homossexual, ela logo é apelidada de "câncer gay" e, por preconceito, não recebe a devida atenção do governo norte-americano. Decidido a fazer com que as pessoas tomem conhecido sobre a epidemia causada pela AIDS, o escritor Ned Weeks (Mark Ruffalo) decide ir aos diversos veículos de comunicação para falar sobre o tema. Entretanto, a raiva contida em suas declarações assustam até mesmo seus colegas na organização não-governamental que presta auxílio aos infectados. Ao seu lado, Ned conta apenas com o apoio da médica Emma Brokner (Julia Roberts), que também está alarmada com a gravidade da situação.
Considerado o primeiro longa-metragem de ficção a abordar o tema, o minimalista Buddies trouxe um olhar realista e ao mesmo tempo sensível para o HIV. O diretor Arthur Bressan morreu de complicações resultantes da AIDS dois anos após o lançamento do filme. Buddies acompanha um homossexual em Nova Iorque que está numa relação monogâmica e se torna “cuidador” ou amigo voluntário de outro homossexual morrendo. Daí, surge uma bela amizade, com mudanças de paradigmas e uma incrível mensagem de positividade no pico da doença.
O filme segue um amoroso casal gay aparentemente inocente, cuja existência, totalmente idealista, é interrompida quando eles são presos, severamente humilhados, torturados e mortos. Além da história, se apresentam imagens não-lineares da iconografia religiosa - a Madonna, Jesus e Judas. Toda a composição visual tem como objetivo provocar reflexões sobre a secular perseguição aos homossexuais durante o ápice da epidemia da AIDS. O diretor Derek Jarman, que convivia com o HIV, sabia transformar sua sorologia em uma arte impactante. No filme há uma impressionante cena, onde o casal é espancado por um grupo de Papais Noel.
O documentário, de David France, conta a história dos jovens corajosos que reverteram a maré de uma epidemia, exigindo a atenção de uma nação com medo e não deixando a AIDS se tornar uma sentença de morte. O ACT UP, um grupo improvável de ativistas resistiu à opressão e, sem formação científica, infiltrou agências governamentais e da indústria farmacêutica, ajudando a identificar novos medicamentos e tratamentos promissores, disponibilizando-os nas drogarias em tempo recorde. No processo, eles salvaram suas próprias vidas e terminaram os dias mais sombrios de uma verdadeira praga, enquanto praticamente esvaziavam as enfermarias de HIV dos hospitais norte-americanos.
O diretor Robin Campillo mergulha fundo no mundo da militância para voltar à França, no início dos anos 1990. O grupo ativista ACT UP está intensificando seus esforços para que a sociedade reconheça a importância da prevenção e do tratamento em relação à AIDS, que mata cada vez mais há uma década. Recém-chegado ao grupo, Nathan (Arnaud Valois) logo fica impressionado com a dedicação de Sean (Nahuel Pérez Biscayart), apesar de seu estado de saúde delicado. Vencedor do Prêmio da Crítica no Festival de Cannes.
Jacques (Pierre Deladonchamps) é um escritor e dramaturgo que vive em Paris. Arthur (Vincent Lacoste) é um jovem estudando em Rennes. Eles se encontram na esquina entre um teatro e cinema. Eles vivem uma história em um período complicado dos anos 90, onde o amor paira sobre a morte e a ternura luta contra o desespero, porém, a vida continua contra todas as probabilidades. O longa, de Christophe Honoré, além das inúmeras referências à arte e a cultura POP, traz uma abordagem bastante positiva sobre conviver com HIV ao retratar um casal sorodiscordante.
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