A representatividade queer no Oscar 2025 marca um momento significativo na história da premiação, refletindo avanços e desafios na inclusão da comunidade LGBTQIA+ no cinema. Com indicações históricas, como a de Karla Sofía Gascón, a primeira atriz trans a concorrer a Melhor Atriz por Emilia Pérez, e a presença de figuras como Colman Domingo e Cynthia Erivo, a edição destaca narrativas e talentos queer em categorias de peso. Apesar de ausências notáveis, o Oscar 2025 sinaliza uma evolução na busca por diversidade, ecoando mudanças iniciadas com movimentos como #OscarsSoWhite e as regras de inclusão da Academia implementadas desde 2024. Esse cenário evidencia tanto o progresso quanto o caminho ainda a percorrer para uma representatividade plena.
Pela primeira vez na história da premiação, uma mulher trans, Karla Sofía Gascón, foi indicada na categoria de Melhor Atriz por seu papel em Emilia Pérez, dirigido por Jacques Audiard. A indicação de Gascón marcou um momento de celebração para a comunidade LGBTQIA+, reforçando a visibilidade de narrativas trans no cinema mainstream. Sua personagem, uma ex-líder de cartel que passa por uma transição de gênero, foi elogiada por muitos como um retrato complexo e humano, mas também gerou críticas por sua abordagem sensacionalista.
A(s) problemática(s) envolvendo Emilia Pérez
Apesar do sucesso inicial em festivais como Cannes e de suas 13 indicações ao Oscar, Emilia Pérez enfrentou uma onda de polêmicas que abalou sua campanha. A protagonista, Karla Sofía Gascón, viu-se no centro de controvérsias após o ressurgimento de postagens antigas nas redes sociais, consideradas racistas e xenófobas, o que gerou acusações de incoerência com os valores progressistas que o filme supostamente defende. Além disso, o longa foi criticado por sua representação estereotipada do México e pela falta de atores mexicanos em papeis principais, levantando questões sobre apropriação cultural e autenticidade.
Concluindo
Às vésperas da cerimônia, a representatividade queer no Oscar 2025 é um reflexo de conquistas históricas, como as indicações de Gascón, Domingo e Erivo, e de um caminho ainda em construção. O cinema, como espelho da sociedade, continua a desafiar preconceitos e celebrar identidades, mas o silêncio sobre certas obras lembra que a inclusão total permanece um horizonte a ser alcançado. No domingo, o mundo assistirá não apenas à entrega das estatuetas, os brasileiros torcerão por Fernanda Torres e Ainda Estou Aqui, e mais um capítulo dessa evolução poderá ser escrito.