quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Superbloom (EUA, 2025)

 

“Superbloom”, dirigido, escrito e estrelado por Alexandra Swarens, se encaixa na categoria conhecida como queer women’s content, produções focadas em narrativas de mulheres lésbicas que colocam a afetividade, o desejo e a subjetividade feminina no centro. O filme acompanha duas mulheres em uma viagem que se torna também uma jornada de autodescoberta.


A história gira em torno de Violet (Alexandra Swarens), que retorna ao passado que tenta esquecer, e Scarlet (Jahnavi Alyssa), que busca direção em sua vida. As duas, ao cruzarem seus caminhos, encontram uma possibilidade de se reinventar. Ao colocar suas trajetórias em primeiro plano.

“Superbloom” trabalha a nostalgia e a dor de forma íntima, a estrada é mais que cenário, é metáfora para o que precisa ser enfrentado e deixado para trás. A viagem física reflete a jornada interior das protagonistas, marcada por arrependimento, esperança e desejo de cura. Embora a narrativa toque em convenções de road movies, encontra seu diferencial no olhar sensível e centrado na vivência LGBTQIA+.


A estética de “Superbloom” privilegia a fotografia suave, as estradas vazias e as paisagens ensolaradas, criando um espaço contemplativo. O silêncio, os ruídos naturais e as trilhas discretas colaboram para o tom intimista. Alexandra Swarens e Jahnavi Alyssa sustentam o filme com performances contidas, transmitindo emoção pela presença e pelo gesto, mais do que pelas palavras.


Se por um lado “Superbloom” se entrega a uma narrativa previsível em alguns pontos, por outro reafirma a importância de histórias queer contadas sem pressa, sem necessidade de choque ou tragédia permanente. Essa previsibilidade, em vez de ser um problema, pode ser lida como parte de sua linguagem, a de oferecer um cinema de acolhimento.


“Superbloom” se torna assim um registro afetivo da força da conexão entre mulheres, mostrando que a cura pode estar no encontro, no silêncio compartilhado, no gesto simples. O filme se afirma dentro do queer women’s content como um lembrete de que histórias lésbicas não precisam sempre do extraordinário, elas também podem florescer no íntimo e no cotidiano.

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