sábado, 3 de outubro de 2020

As Idades de Lulu(Las Edades de Lulu, Espanha, 1990)


Bigas Luna é um diretor espanhol não tão reconhecido internacionalmente como Carlos Saura e Pedro Almodóvar, mas possui obras bastante peculiares como Lola, A Teta e a Lua e Jamón Jamón. Sempre explodindo sexualidade em seus filmes, em As Idades de Lulu, baseado no livro de Almudena Grandes, ele conta a história de uma jovem que tem sua vida mudada após perder a virgindade.


A primeira filme é polêmica mostrando os genitais de uma bebê com talco sendo jogado. Em seguida conhecemos Lulu, interpretada por Francisca Neri, que anos depois viria a protagonizar Carne Trêmula de Almodóvar ao lado de Javier Bardem, com quem também divide a cena neste longa.


Ao ter sua primeira experiência com Pablo(Oscar Ladoire) ela no início têm repulsa, mas em seguida acaba se rendendo ao sexo e protagoniza cenas realmente eróticas, de nudez explícita ou como quando sua vagina é depilada em close.


Casados, eles buscam inovar na vida sexual. Passam a procurar por travestis, conhecem então Ely, interpretada pela atriz cis Maria Barranco, num visual bem Cher em O Feitiço da Lua. A levam para casa e fazem um ménage, a trans no entanto acaba sendo deixada de lado e se masturbando sozinha.


Amigos de Ely e com uma filha, eles seguem uma vida sexual agitada e inusitada promovendo ménages e praticando o poliamor. Porém cansada, ao terminar o casamento Lulu não deixará de sentir desejo irá entrar em uma trama perigosa.


A protagonista começa a assistir pornôs gays e se sentir atraída pelo sexo entre dois homens. Vai até um bar gay onde acaba conhecendo Jimmy, personagem de Javier Bardem que atuaria com o diretor em Huevos de Oro e Jamón, Jamón. Bardem é um michê muito viril e sensual, com um certo visual fetichista, e leva Lulu para transar com mais dois amigos.


As taras de Lulu a levam a um perigo extremo, por se envolver no submundo do sexo ela acaba caindo em uma armadilha de Jimmy que levam o filme à sequências finais, sadomasoquistas e violentas.


Pode não ser considerada uma obra abertamente LGBTQIA+ por não explorar diretamente o assunto, afinal de contas é sobre ninfomania, mas a homossexualidade é um tema secundário fundamental para o desenvolvimento do filme. A propósito, o visual do filme é bem gay, Bigas Luna explora o corpo masculino como nunca antes, dos músculos de Bardem à cenas de nudez frontal. 


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