O filme de Sean Baker, mesmo diretor de Projeto Flórida, tem todos os aspectos de um indie movie, ainda mais porque foi filmado de um celular. E é nessa Los Angeles, independente, underground e sem glamour que os personagens passeiam e vivem seus conflitos.
Ao descobrir que o namorado e cafetão Chester a traiu enquanto ela estava na cadeia, Sin Dee entra num processo de raiva, desequilíbrio e muito drama. Alexandra tenta acalmá-la, mas envolvida com sua performance naquela mesma noite, não tem muito sucesso.
Sin-Dee percorre Los Angeles atrás da mulher com quem o amante a traiu, se mete em todo o tipo de buraco frequentado por pessoas queer, até que em um bordel clandestino acaba encontrando por Dinah, a personagem que realmente buscava e a arrasta pelos cabelos por toda Los Angeles.
Do outro lado da cidade está Razmyk, um taxista armênio que entre uma corrida e outra procura por uma travesti em quem possa fazer sexo oral. O personagem, casado, com filhos e com uma sogra tenebrosa, representa bem o homem que faz sexo com pessoas trans, que leva uma vida dupla e heterossexual.
Anoitece e o show de Alexandra acontece, Sin-Dee acompanhada de sua refém são uma das poucas na plateia. A trans faz uma performance, melancólica e natalina, enquanto Sin-Dee fuma crack no banheiro, porém precisa pagar para ter cantado no bar.
Quando Sin-Dee finalmente encontra Chester no Donut Times a desordem e a confusão está instaurada. Com as personagens abusando de um linguajar gay a cena leva à catarse do filme, onde todos os personagens de alguma forma aparecerão.
Tangerina é um recorte bem humorado sobre as dificuldades enfrentadas em um mundo que ainda discrimina e mata transexuais. Com uma linguagem leve, o diretor consegue traduzir sentimentos complexos e criar metáforas imponentes até seu final realmente primoroso.
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