segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Tangerina(Tangerine, EUA, 2015)


Los Angeles. Véspera de Natal. Sinn Dee sai da cadeia após 28 dias e encontra no Donut Times sua melhor amiga, Alexandra. As duas travestis são interpretadas respectivamente pelas atrizes trans Kiki Kitana Rodriguez e Mya Taylor.


O filme de Sean Baker, mesmo diretor de Projeto Flórida, tem todos os aspectos de um indie movie, ainda mais porque foi filmado de um celular. E é nessa Los Angeles, independente, underground e sem glamour que os personagens passeiam e vivem seus conflitos.


Ao descobrir que o namorado e cafetão Chester a traiu enquanto ela estava na cadeia, Sin Dee entra num processo de raiva, desequilíbrio e muito drama. Alexandra tenta acalmá-la, mas envolvida com sua performance naquela mesma noite, não tem muito sucesso.


Sin-Dee percorre Los Angeles atrás da mulher com quem o amante a traiu, se mete em todo o tipo de buraco frequentado por pessoas queer, até que em um bordel clandestino acaba encontrando por Dinah, a personagem que realmente buscava e a arrasta pelos cabelos por toda Los Angeles.


Do outro lado da cidade está Razmyk, um taxista armênio que entre uma corrida e outra procura por uma travesti em quem possa fazer sexo oral. O personagem, casado, com filhos e com uma sogra tenebrosa, representa bem o homem que faz sexo com pessoas trans, que leva uma vida dupla e heterossexual. 


Anoitece e o show de Alexandra acontece, Sin-Dee acompanhada de sua refém são uma das poucas na plateia. A trans faz uma performance, melancólica e natalina, enquanto Sin-Dee fuma crack no banheiro,  porém precisa pagar para ter cantado no bar.


Quando Sin-Dee finalmente encontra Chester no Donut Times a desordem e a confusão está instaurada. Com as personagens abusando de um linguajar gay a cena leva à catarse do filme, onde todos os personagens de alguma forma aparecerão.


Tangerina é um recorte bem humorado sobre as dificuldades enfrentadas em um mundo que ainda discrimina e mata transexuais. Com uma linguagem leve, o diretor consegue traduzir sentimentos complexos e criar metáforas imponentes até seu final realmente primoroso.


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