quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Mãe só há uma(Brasil, 2016)


Inspirada num famoso caso de sequestro infantil dos anos 1980, o do menino Pedrinho, a diretora Anna Muylaert, de Que Horas ela volta?, constrói a história de seu longa Mãe só há uma pela perspectiva de Pierre, um adolescente que têm sua verdadeira identidade exposta após uma investigação dos pais biológicos, que acusam a mulher que o criou de o ter roubado.


Interpretado pelo estreante Naomi Nero, Pierre está em plena descoberta da sexualidade, transando com meninas enquanto usa lingerie, se maquiando na frente do espelho ou fazendo nudes de calcinha.


Seu mundo, porém, virá ao contrário quando Araci(Danni Defusi), quem julga ser sua mãe é presa por tê-lo sequestrado quando era bebê e além dele, a irmã. Seus pais biológicos então entram em cena para finalmente assumir o filho, o pai é interpretado por Matheus Nachtergale e a mãe Glória, pela pela mesma Danni Defusi, trazendo assim uma ambiguidade para a história.


Na nova família, sem a mãe e a irmã, Pierre que agora se chama Felipe se sente sufocado pelo excesso de zelo e precisa extrapolar através de festas, drogas ou até mesmo revelando sua sexualidade ambígua, quando resolve usar vestidos. Cabe aos pais, aceitar e acolher esse filho que esteve desaparecido por 17 anos.


Mãe só há uma é um filme sutil, sobre descoberta de identidade e que utiliza a metáfora da troca de família para assumi-la. Os atores brilham em seus papéis, e fazem com que o filme mais se pareça um documentário do que um longa de ficção.


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