Cruisings, são corredores, labirintos e guetos onde homossexuais procuram sedentos por sexo, por isso a tradução como Parceiros da Noite não faz muito sentido dentro dessa ótica. O filme é um drama policial violento, que na época causou polêmica por seu conteúdo explícito e fetichista.
Em 1980, o mundo vivia a liberação sexual, a AIDS ainda não tinha se difundido, clubes de caça e pegação eram frequentes, como assim são hoje. No caso específico do filme, os clubes são de sexo sadomasoquista, bondage e outras práticas não convencionais.
Logo na primeira cena, tiras perseguem travestis, enquanto adentrando o submundo de um bar gay, o longa mostra o assassinato de um homossexual numa cena de sexo sadomasoquista. Logo percebemos que muito mais do que uma trama policial, estamos envolvido numa história sobre homofobia e violência contra LGBTQIA+.
O policial Steve, interpretado por Al Pacino, é designado para investigar os crimes contra homossexuais, para isso adentra esse universo e começa a frequentar bares e becos que atraem esse público. Apesar de ser desejado, ele resiste e acaba mais na função de observador, ainda que com certo desconforto.
Couro, borracha, chapéus, bigodes, slings, fist fucking e sexo grupal, fazem parte do universo em que Steve se infiltra atrás de pistas por um assassino. Paralelamente ele inicia uma crise em seu casamento por começar a ser cobiçado por homens e viver uma vida dupla.
Dirigido por William Friedkins, o longa é baseado no romance homônimo de Gerarld Walker. Há uma cena em particular, onde um personagem explica para Steve a cor dos lenços e o nível de submissão gay que representa. A sequência mostra a apatia do personagem diante da informação, reforçando sua heterossexualidade.
Por pressão da censura, ao transpor o fetiche do universo gay muitas cenas foram cortadas, ainda ,o filme traz um conteúdo bem forte com cenas de sexo gay, caçação e até uma sugestão de fist fucking. Conhecemos então a relação entre mestre e amos num ambiente muitas vezes acabam em assassinatos e na busca incessante do criminoso.
Parceiros da Noite não é exatamente uma obra LGBTQIA+, mas usa seu universo como pano de fundo. Em 2013, James Franco realizou um documentário, Interior Leather Bar, onde recria cenas de sexo explícito e sadomasoquista que supostamente foram cortadas do filme.
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