quinta-feira, 1 de outubro de 2020

The Boys in the Band(EUA, 2020)



Baseado num espetáculo Off Broadway dos anos 1960, de Mart Crowley, que anos 1970 foi adaptado para o cinema, por William Friedikan de O Exorcista, esse remake, onde todos os atores são gays têm a cara de Ryan Murphy o criador de entre muitas outras séries Pose. Apesar de ser dirigido por Joe Mantello, ator de The Normal Heart e Hollywood, o filme por seu elenco conhecido e clima sessentista carrega sim a marca de Murphy que assina a produção do projeto, que em sua versão teatral ganhou recentemente um Tony.

Jim Parsons, de The Big Bang Theory e Hollywood, brilha como Michael, um gay que julga se passar por hétero e será o anfitrião de um jantar de aniversário. Zachary Quinto, de American Horror Story, é o aniversariante pintoso e provocativo. Brian  Hutchison é o hétero que aparece de penetra na festa. Ainda estão no elenco, Matt Bomer, Andrew Rannells, Charlie Carver, Robin de Jesus, Michael Benjamin Washington e Tuc Watkins.


Em um clima intimista que respeita à obra teatral, o filme se passa em um apartamento em Nova York no ano de 1968, época em que sair do armário era praticamente um ato de suicídio social. A noite será de festa de aniversário de Zachary, reunindo 7 amigos gays destilando muito veneno, conflitos, diálogos complexos e temas diversos, ligados à homossexualidade.


Alan, o heterossexual que se infiltra entre um grupo de gays parece um peixe fora da água. Ele retrata a sociedade e como enxergava gays reagindo com violência, repulsa e homofobia, sempre fazendo o mais afeminado ou o negro sofrer mais. Outro estranho que entra para o grupo é um michê que está lá para tornar tudo mais belo e servir de alívio cômico.


Cada personagem têm sua personalidade muito bem desenvolvida mas de certa forma seguindo estereótipos gays, há o efeminado, o negro, o intelectual, o promíscuo, o daddy, o que garante à experiência um tipo de diversidade.

A bebida, muita dela, vai soltando os convidados, que durante a festa, são expostos em jogos de telefonemas criado por Michael, o que acaba revelando muito sobre o caráter do personagem. Nesse ponto a fragilidade de todos já estará a flor da pele, com eles utilizando seus mecanismos de defesa, mas ainda assim cometendo atos e revelações reprimidas. A legenda não poupa expressões de tratamento gay como viado, bicha e mona.


A ambientação, a trilha sonora me fez lembrar de Adivinhe quem vem para jantar que tratava sobre a inserção de negros na sociedade. A falta de qualquer presença feminina no elenco me fez associar à outra peça/filme As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant, que só possuía mulheres. E também é assim em The Boys in the band, um filme inclusivo, sobre uma parcela excluída da sociedade que numa época pré-AIDS vivia o dilema de assumir quem realmente é ou continuar trancado dentro do armário.


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