Em 1997, o diretor belga Alain Berliner dirigiu aquele que provavelmente seria o primeiro filme sobre uma criança transexual: Minha vida em cor-de-rosa, e fez isso usando tanto o ponto de vista infantil numa esfera de sonho e inocência, quanto a perspectiva de adultos: a sociedade. A obra lhe garantiu um Globo de Ouro.
Ludovic, tem 7 anos e gosta de brincar de boneca, se maquiar e se vestir de menina, quando aparece assim vestido numa festa na frente de todos os convidados é repreendido por seus pais enquanto desenvolve uma relação com o coleguinha, Jérome, com quem promete um dia se casar.
Um programa de TV, comandado pela apresentadora Pam, faz com que Ludovic embarque na sua fantasia, e através de sua imaginação possa viver o seu desejo de ser uma menina, sendo voando ou usando belos vestidos. O filme acerta por usar o tom lúdico e onírico na medida certa, sempre fazendo contrapartida entre o olhar de Ludovic e os demais.
Os pais resolvem colocar o garoto numa psicóloga, que rapidamente entende a situação, mas tem dificuldade em expor para os pais. A avó, e a irmã mais velha também parecem entender o pequeno Ludovic e ser um porto seguro para ele.
É bem interessante como o diretor mostra a maneira como a sociedade trata pessoas diferentes, com hostilidade e violência. A atuação da mãe, interpretada por Michelle LeRoque é fundamental para os momentos de mais conflito no filme.
Apesar de enfrentar todo o conservadorismo, Ludovic vence através do amor. Minha Vida em Cor de Rosa é um filme ousado, com uma estética vibrante e colorida e que foi pioneiro em abordar, sem dúvida, um tema extremamente necessário, o de que transexuais nascem nessa condição.
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