sábado, 19 de março de 2022

2 ANOS DE CINEMATOGRAFIA QUEER

Há exatos 02 anos, nascia o CINEMATOGRAFIA QUEER, como um alívio pandêmico, uma forma de expressar opiniões esporádicas e sem compromisso sobre produções que chamassem 'nossa' atenção. Pois bem, a partir do momento que 'começamos' a fazer atualizações diárias, o Blog ganhou proporções inesperadas, fomos para o Instagram, para o Twitter, mas nossa base segue sendo aqui, um espaço para contar histórias, muitas vezes trágicas, mas também de amor, luta e superação. Em meio a centenas de filmes, dezenas de séries, e diversas listas e especiais eu encontrei minha maneira de militar, de abraçar a sigla, transmitindo a cultura, a trajetória e as narrativas LGBTQIA+, pela ótica queer da sétima arte. E que público sensacional! Manter um blog hoje, considerado uma coisa antiga, instigandoa leitura em tempos de lives, stories e podcasts é uma proeza. O reconhecimento disso é algo único, e que nos pega de surpresa quando vem de algum artista ou diretor, e 'nos' alimenta para seguir em frente. Então, parabéns ao Blog, por 02 anos de persistência, resistência, pesquisa e trabalho árduo para entregar algo feito com respeito, carinho e dedicação. E muitíssimo OBRIGADO, do fundo de 'nosso' coração colorido, a cada um que nos acessa, 'nos' curte, compartilha e assiste 'nossas' indicações. Como maneira de festejar o momento, listamos os 10 posts mais acessados no Blog, ao longo desse par de anos.



Ambientado durante a Guerra Fria, nos anos 1970, Firebird, de Peeter Rebane, conta a história de Sergey, interpretado por Tom Prior, um jovem que está cumprindo o serviço militar, nas forças aéreas, em uma base russa. Apaixonado por fotografia e arte, ele está contando os dias e minutos até que ele possa ir embora. No entanto, quando Roman (Oleg Zagorodnii), um piloto bonitão, chega, seu interesse é despertado. Os homens começam uma amizade e eventualmente um relacionamento, mas como a homossexualidade é ilegal na Força Aérea Soviética, eles nunca podem ficar juntos.


Playdurizm é a estreia do jovem artista Gem Deger, que escreve, dirige e protagoniza este longa absolutamente vanguardista de terror  que dialoga com o público queer, através de uma história estranhamente fascinante. O enredo acompanha Demir (Deger), um adolescente que acorda dentro de uma série de TV, ao lado de seu ator favorito Andrew (Austin Chunn), sua namorada Drew (Issy Stewart) e um leitãozinho, chamado Joshua. A estética do filme é quase uma instalação artística criando um mundo cor de rosa, azul, lilás e neon bastante imersivo, onde acompanhamos uma história de luxúria, drogas e um amor obsessivo.


Ganhador do BAFTA, do Chitics Choice, entre vários outros, Ataque dos Cães e sua diretora Jane Campion despontam como os grandes favoritos para o Oscar. A produção da Netflix, desconstrói o gênero do faroeste, para contar a história dos irmãos Phil (Benedict Cumberbatch) e George (Jesse Plemons), que são ricos proprietários da maior fazenda de Montana. Enquanto o primeiro é brilhante, mas cruel, o segundo é a gentileza em pessoa. Quando George secretamente se casa com a viúva local Rose (Kirsten Dunst), o invejoso Phil faz tudo para atrapalhá-los, até porque a homossexualidade aparente do recém chegado Pete(Kodi Smit-McPhee), acaba lhe impactando.



François Ozon é um dos principais realizadores franceses da atualidade, Verão de 85 traz novamente uma tema recorrente em sua obra: a morte. Baseado livremente no romance do autor britânico Aidan Chambers, Dance on My Grave, Ozon volta aos anos 1980, onde na ensolarada Normandia, na França, ao som de In Betwen Days do The Cure, nos apresenta Alexis(Felix Lefebvre). O personagem logo se meterá em apuros, ao pegar o barco de um amigo e acabar ser sendo salvo por Davi, (Benjamin Voison). Bifurcado em duas fases temporais, Alexis conta através da escrita, assim como Dentro de Casa(2012), do mesmo Ozon, sua relação com Davi. 

06 - Veneno(Espanha, 2020)


A série espanhola, produzida pela Atresmedia Premium, e distribuída no Brasil pela HBO MAX é um fenômeno. Criada por Javier Calvo e Javier Ambrossi, Los Javis, a produção conta a história de Cristina Ortiz, ‘La Veneno’, uma das mais famosas transexuais que a Espanha já viu, pelo ponta de vista da ativista trans, Valéria Vega, autora do livro, ¡Digo! Ni puta, ni santa. Las memorias de La Veneno, e uma das personagens mais importantes, interpretada brilhantemente por Lola Rodriguez. A protagonista é vivida por três diferentes atrizes, para caracterizar bem suas diferentes fases: Jedet Sanchez, Daniela Santiago e, a recém falecida, Isabel Torres, que a interpreta mais velha é que realmente dá um show.



Astro Pornô. Ator. Performer. Ícone Gay Internacional. Sagat: The Documentary, de Pascal Roche e Jérôme M. De Oliveira desvenda a personalidade por trás do símbolo sexual e nos apresenta  François Sagat despido de seu personagem. Modelo de virilidade, Sagat se tornou um fenômeno underground com uma personalidade rebelde e criativa e sua tatuagem única na cabeça, que simula um corte de cabelo. O artista seduz e inspira artistas, fotógrafos de moda e cineastas.


Marco Berger é um dos principais cineastas do movimento queer na Argentina na atualidade, sua obra é permeada por um sutil homoerotismo e tensão sexual. No entanto, O Caçador, disponível no catálogo da Netflix, é diferente. O filme mostra os dias de Ezequiel(Juan Pablo Cestaro), um garoto de 15 anos que está sozinho em casa enquanto os pais estão na Europa. Ele leva os amigos mas é quando conhece Mono(Lautaro Rodriguez) que permite que o sexo e o desejo aflorem. O diretor troca as paixões lúdicas e arrebatadoras por um tema tabu, que é a pornografia infantil, e torna o filme desconfortante quando o coloca dentro da narrativa.


Pedro Almodóvar é absolutamente o diretor favorito desse Blog, e sua obra é de cera forma uma válvula que move a paixão pelo cinema desse que vos escreve. É uma alegria que o texto sobre sua última obra prima, figure no pódio de nosso TOP 10. Mães Paralelas trouxe mais visibilidade para o cineasta espanhol por ter sua estreia na Netflix e assim alcançar uma gama diferente de seu público habitual. O longa conta a história de Janis, Penélope Cruz indicada ao Oscar, e a adolescente Ana, as duas entrelaçam seus destinos na maternidade para iniciar uma narrativa coberta de feminilidade e o mais importante, de forma doce trazer um resgate à ancestralidade e aos horrores do franquismo e da guerra civil espanhola.

O ousado Vento Seco de Daniel Nolasco, é marcado por erotismo, nudez e sexo, explícito muitas vezes. Esses elementos que constroem o filme, lhe garantem uma estética atrevida, que acompanha a jornada sexual do personagem principal, Sandro(Leonardo Faria Lelo). O filme é declaradamente fetichista lembrando as tirinhas de Tom of Finland. De maneira lúdica ele mostra o universo da submissão e dominação. Do couro. Do urso. Do policial. Do sexo em lugares públicos. Vestiários. Chuveiros. Urina. Sêmen. Vento Seco não tem medo de expor os desejos humanos, para contar uma linda história sobre amor e solidão



O post mais acessado do Blog é relativamente recente. Nosso TOP 10 foi impulsionando por vários compartilhamentos, retuítes e indicações. Para a alegria dos cinéfilos, mostreiros e do público em geral, 2021 foi um grande ano para o cinema! Festivais Internacionais deram luz à produções dos mais longínquos países, além de celebrar o trabalho de aclamados diretores e revelar novos talentos. A temática LGBTQIA+ vem cada vez mais ganhando terreno, força e relevância. E no último mês de 2021, elegemos nossos favoritos do ano que terminou, na lista figuram obras como Titane, Flee, Deserto Particular, Benedetta, e muitos outros. Confira!




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