domingo, 6 de outubro de 2024

Demônio de Neon (The Neon Demon, EUA/Bélgica/França 2016)

Jesse (Elle Fanning), de 16 anos, chega a Los Angeles. Seu sonho é se tornar modelo. Sua ascensão meteórica e sua pureza despertam ciúme e luxúria. Algumas garotas se curvam diante dela, outras estão prontas para fazer qualquer coisa para roubar sua beleza.

A protagonista fez amizade com a maquiadora Ruby (Jena Malone) em sua primeira sessão de fotos em Los Angeles. Ruby tenta ser a protetora de Jesse enquanto ela tenta florescer em sua carreira, o que é perigoso, pois ela é jovem, com um rosto fresco e sua beleza faz com que as outras modelos se sintam ameaçadas. Sarah ( Abbey Lee) e Gigi ( Bella Heathcote).


Nicolas Winding Refn, de Drive (2011), cria um universo estilizado onde a imagem é muito mais importante que a história. Há sequências belíssimas e perturbadoras, onde Elle Fanning posa num sofá salpicado de sangue, para simbolizar aquelas que estão prontas a fazer qualquer coisa para roubar o seu lugar e a sua aparência.


Uma sátira narcisista e fantasmagórica sobre a frivolidade do nosso tempo submetida a imposição da perfeição, Demônio de Neon é um incrível mergulho gótico no coração das voltas e reviravoltas do mundo da moda. O filme pretende ser um passeio hipnótico por imagens brilhantes, onde tanto o espectador quanto as protagonistas flutuam ao som das músicas eletrônicas de Cliff Martinez.


E por trás deste cenário extravagante esconde-se um pano de fundo relevante, uma dura crítica à busca da beleza absoluta, assim como o espectro do ciúme que tudo devora. Numa sobriedade que contrasta com a excentricidade da encenação, Elle Fanning constitui o pilar necessário para o êxito do filme.


Demônio de Neon toca em uma parte diferente da psique. É uma experiência psicológica hipnotizante que se desenrola como O Vale de Bonecas(1967) encontrando Suspiria(1977). O filme favorece o estilo em vez da substância, mas o banquete visual é, em si, um reflexo da indústria insípida da moda.





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