Por Marco Gal Apesar da performance de Angelina Jolie não convencer nas (inúmeras) sequências de canto, ainda assim "Maria Callas" entretém com história envolvente e elenco afiado.
O filme é cinebiografia da famosa cantora de ópera Maria Callas e foca nos últimos dias da soprano, acompanhando sua rotina entre ensaios musicais, entrevistas fictícias e flashbacks aos tempos de glória.
Dirigido por Pablo Larraín, um dos pontos fortes de "Maria Callas" é o roteiro de Steven Knight, autor de "Coisas belas e sujas" e "Spencer", outra colaboração com Larraín. O texto faz um recorte interessante da vida de Callas e estrutura bem os acontecimentos que quer destacar, criando um bom ritmo de história. O espectador nem vê o tempo passar, principalmente quando se assiste ótimas performances, encabeçada por Angelina Jolie como a primadonna e de seus empregados, interpretados por Alba Rohrwacher e Pierfrancesco Favino. O trio tem muita química junto.
No entanto, nas cenas em que Callas canta, Jolie não convence do mesmo jeito. É claro que a atriz está sendo dublada e isso compromete muito a atuação. Se isso acontecesse pontualmente não seria um problema, mas há diversos momentos assim. O curioso é que a única voz cantante que o público acredita ser verdadeira vem da atriz que interpreta Maria mais jovem, mas a atriz em nada se parece fisicamente com Angelina, então difícil de enxergar como uma cresceu e se tornou a outra.
O saldo final, porém, é positivo. "Maria Callas" apresenta uma personagem altamente carismática em uma história sensível sobre o amor à arte. Viva Callas!
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