Mesmo sem trazer nada de novo, com seu filme de estreia, o diretor e roteirista Gabriel Carruba conseguiu criar um drama de amadurecimento que cativa o público desde as primeiras cenas.
Começa com o girassol homônimo, tema que permeia todo o filme. Da mesma forma, Leo também cresce e prospera ao descobrir sua própria identidade apesar de todas as adversidades e ao ser absorvido por seu primeiro amor. O amarelo do girassol parece ser colocado sobre todo o filme como um suave filtro para sentir o calor vibrante dos subúrbios australianos, com o onipresente chilrear dos grilos ao fundo.
A câmera fica sempre perto de Leo, parecendo pessoal e íntima. Às vezes você só vê sua cabeça e ombros por trás, como se estivesse andando diretamente atrás dele, às vezes ele parece estar olhando diretamente para o público com grandes olhos castanhos.
A atuação sutil do ator principal Liam Mollica também é convincente em todos os aspectos. Cada olhar fala por si, cada movimento ou postura tensa é transmitida ao público. E assim, as lutas internas de Leo às vezes são francamente dolorosas de assistir, por exemplo, quando Monique tenta se aproximar fisicamente dele em uma pequena festa e a coisa toda termina em algum lugar entre o constrangimento e a relutância em um boquete fracassado.
Sunflower traz para a tela a experiência da vida adulta gay de uma forma autêntica, sensível e atmosférica. Isso certamente funciona muito bem, até porque o diretor Gabriel Carruba incorporou elementos autobiográficos ao filme.
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