Com ecos de Andy Warhol e Kenneth Anger, Mondo Trasho foi o primeiro longa-metragem de John Waters (filmado com um orçamento de US$ 2.000, financiado por seu pai). Este conto de “fodas” começa com uma decapitação tripla de galinhas, seguido por uma Mary Vivian Pearce loira descolorida, como uma Jean Harlow, uma Cinderela da sarjeta de Baltimore.
Mary Vivian Pearce tem seus dedos chupados em um parque público enquanto sonha com Cinderela. Depois, ela é atropelada por um carro dirigido por Divine, que joga Pearce inconsciente em seu banco de trás e dirige pela cidade.
Todos os tipos de coisas malucas acontecem, incluindo ver a Virgem Maria em um chiqueiro, eles sendo internados em um hospício e os pés de Pearce sendo amputados e substituídos por algum tipo de pés de galinha que, quando batidos juntos, dão a ela a habilidade de se teletransportar para diferentes lugares pela cidade, como em O Mágico de Oz.
O próprio título refere-se aos mondos –documentários de exploração- e propõe o rótulo “lixo” com o qual o trabalho de Waters logo seria identificado ao nível da contracultura do período. A história tem poucos diálogos, é contada através de uma mixagem musical criada por um que parece ser um DJ demente e inclui longas montagens paralelas.
Divine é visitada pela Virgem Maria e Sininho (musicalmente acompanhada por um trecho de Little Richard) que concedem divindade e o presente de uma cadeira de rodas para Cinderela. E eis que nossos protagonistas são jogados em um hospício onde Mink Stole dança de topless. A Mãe Santíssima reaparece inspirando Divine, e os lunáticos do hospício a começarem a falar em línguas.
Mondo Trasho é difícil de classificar, é uma obra de puro mau gosto, de profanação, de contracultura, mas também um musical de Jukebox sobre uma mulher desesperada em apuros nas mãos de uma já desfilante e afrontosa Divine.
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