quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Teaches of Peaches (Alemanha, 2024)

Ganhador do Teddy, prêmio máximo do Cinema LGBTQIA+, de Melhor Documentário, no último Festival de Berlim, Teaches of Peaches é dirigido pelos cineastas alemães Philipp Fussenegger e Judy Landkammer.

A obra acompanha a artista canadense Peaches, e a turnê de 20 anos do álbum que a consagrou, e conta como ela que começou como professora de música infantil na década de 1990, enquanto se apresentava em bandas folk e punk,  desenvolveria sua persona de palco Peaches depois de se mudar para Berlim.

Enquanto seu álbum "The Teaches of Peaches" falharia em suas tentativas de alcançar o mainstream, a artista bissexual se tornaria a rainha do electroclash e um ícone dentro da comunidade LGBTQIA+.


Quer vejamos entrevistas antigas ou atuais, Peaches tem muito a dizer. Ela não perdeu nada de sua força de vontade. Teaches of Peaches a mostra como uma mulher assertiva que não quer opiniões. Isso também se aplica à sua sexualidade quando ela defende o direito à autodeterminação em sua música. 


Nos ensaios, Peaches é descontraída. Ela se movimenta em trajes bizarros de vanguarda  e perucas indomáveis que contrastam com seus seios protéticos para criar uma estranha interação entre desejo e repulsa. 


O filme ilustra como, em parte, o frescor de Peaches veio por meio de sua atitude suja de  que não dava a mínima para os padrões do estúdio. Ela lembra em uma entrevista como sua música, "Fuck the Pain Away", veio de uma única gravação ao vivo no bar Rivoli, de Toronto. Falta o polimento de um disco de estúdio, mas a crueza da faixa faz com que ela ressoe. É aqui que o filme encontra a singularidade da voz, música e estilo de Peaches. É ousado, desafiador e descarado em sua franqueza.


O longa apresenta entrevistas com a artista junto com os membros de sua banda, seu parceiro Black Cracker, seu primeiro colaborador Chilly Gonzales, a ex-colega de quarto Leslie Feist e Shirley Manson,  do Garbage.

Quando o filme corta para as entrevistas atuais, mostra como Peaches superou as probabilidades. Aos 56 anos, ela ainda comanda a multidão. Ela desafia a idade e o etarismo, entendendo de forma inteligente as gerações mais jovens e usando seu show, expandindo sua fluidez de gênero, para se conectar com o público que abraça tudo, desde o punk até a cena ballroom.




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