Uma mesa preparada. Uma sala de estar aconchegante. Alejandro (Ernesto Larrese) completa 70 anos e ele aguarda os convidados com seu amor de longa data, Pedro (Claudio Da Passano, em seu último filme). O longa inteiro se passa numa casa, em uma noite, com casais gays, lésbicas e heterossexuais de diversas faixas-etárias. À medida que o vinho avança, aparecem segredos, medos, confissões, frustrações e velhice à espreita.
Com uma narrativa dinâmica e comovente, Lucas Santa Ana consegue retratar cada personagem, cada casal com sua complexidade, apoiado em atuações estelares. A câmera leva o espectador a espiar como cada convidado revela seu segredo na cozinha, no banheiro, no jardim.
O que este casal conseguiu foi construir uma família escolhida em que todos os membros, amigos queridos, se sintam à vontade para desabafar. Temas como fidelidade, as complexidades do amor, da perda, do HIV, do medo, da amizade e a dinâmica da evolução das relações LGBTQIA+ num mundo em mudança, são todos abordados.
Neste microcosmo social que se desenrola durante a celebração, os enquadramentos emocionais e psicológicos das personagens são desvendados, revelando camadas de profundidade e conflito que refletem as complexidades da condição humana. O evento, longe de ser uma mera ocasião festiva, funciona como um catalisador que revela verdades ocultas, tensões latentes e desejos reprimidos, tudo magistralmente escrito por Gustavo Pecoraro.
Um dos principais temas que o filme aborda é o da velhice, tanto nas comunidades LGBTQIA+ como nas heterossexuais. Através dos personagens, são examinadas as experiências e desafios únicos que enfrentam ao envelhecer numa sociedade que muitas vezes negligencia ou estigmatiza os idosos.
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