O longa-metragem de Jonah Greenstein, Dedalus, segue três histórias sem sentido, conectadas pelo desejo de amor e a dor do isolamento. O retrato artístico que contorna a narrativa causa estranhamento, pois os personagens não têm nomes, só rostos.
Dedalus tem suas raízes num jovem garoto-de-programa(Alexander Horner) ancorada entre a história de uma noite embriagada de uma garota, de Iowa, que termina em um estupro coletivo, assistido pelo meio irmão, e um senhor idoso com doenças invasivas que o forçam a se retirar para a casa de sua filha.
Com um tom naturalista, o longa conta com atores profissionais e não profissionais, embora as atuações sejam uniformes. Alexander Horner, que nunca havia atuado profissionalmente antes, personifica o profissional do sexo com facilidade, embora muitas vezes possa parecer que não está fazendo muito.
Vivendo no frio inverno de Nova York, e acolhido por Daisy(Ashley Robicheaux), provavelmente a única personagem com nome, o jovem garoto de programa proporciona consecutivas e variadas cenas de sexo.
Ele beija e acaricia seus clientes, quase sempre mais velhos, e talvez idealize neles uma espécie de figura paterna. Quando conhece um homem maduro, interpretado por Thomas Jay Ryan, cria uma espécie de afetividade, ainda que não abandone suas máscaras.
A história do michê é o coração e a alma do longa. Ela nos dá esta sensação jovial sem julgamento e nos mostra uma variedade de peles em diversos estados de florescimento e decadência, todos trazidos ao nosso olhar com real consideração e contemplação.
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