sábado, 10 de abril de 2021

Derek Jarman: A Vida como Arte(Derek Jarman: Life as Art, Reino Unido, 2004)


Derek Jarman foi um dos cineastas independentes mais talentosos, inventivos e controversos do Reino Unido. Ele também era um pintor, escritor e jardineiro extremamente habilidoso.


O filme, de Andy Kipton Nye, começa falando de sua relação com o cinema que surge a partir de O Mágico de OZ. Depoimentos de amigos e familiares como Christopher Hobbs, James Mackay, Simon Fisher Turner, Nigel Terry, Tariq Ali, Peter Tatchell, Jill Balcon e Tilda Swinton, que o define como drama queen, dão o tom à narrativa.

Em 1971 fez sua estreia no cinema criando os cenários do lendário Os Demônios, de Ken Russel. Sua paixão pelo super 8 o levaria ao seu debut como diretor anos depois com Sebastiane(1976), um longa homoerótico, visualmente inspirado em Pasollini, totalmente falado em latim que narrava a vida de São Sebastião.

Lindas cenas em Super-8, em câmera lenta, dos colaboradores atuam como recortes, trazendo a influência estilística de Jarman para o documentário. Clipes e fotos de seus filmes e imagens inéditas, do cineasta dirigindo Wittgenstein(1993), dão uma ideia clara da anarquia, cor, imagens e poesia do homem e de sua obra.

As ideias conceituais e revolucionárias, e como eram adaptados com baixo orçamento, são mostradas no processo de concepção de longas como Jubilee(1978), Caravaggio(1986), A Tempestade(1979), O Crepúsculo do Caos(1987) e The Angelical Conversation(1985).

Derek Jarman abraçava sua sexualidade, e seu diagnóstico como HIV+ em 1986, o tornou um ativista voraz pelos direitos dos homossexuais. Ele trouxe o assunto a público e viveu seu último romance em uma linda casa cercada por um jardim que cultivava

Jarman, amante da arte erudita e do Super 8, soube transformar tal fatalidade em arte, se dedicando a dialogar com o público queer em obras como Eduardo II(1991), O Jardim(1990) e o minimalista Blue(1993). Ele deu voz à sua visão de mundo como um homem gay trabalhando até o fim, em 1994, aos 52 anos, deixando um legado histórico.

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