Longa de estreia de Anahí Berneri, o filme, ganhador do Teddy Award em 2005, adapta a autobiografia de Pablo Perez. Em 1996, o gay e soropositivo Pablo(Juan Minujin) entediado com sua rotina de sexo em cinemas, e solitário, começa a escrever um diário com suas experiências.
O HIV, a homossexualidade, o sadomasoquismo, os ambientes undergrounds de Buenos Aires, configuram a personalidade de Pablo, que tem no amigo Nicolas, Carlos Echeverria, de Ausente, um braço direito para todas as horas.
Com as células CD4 cada vez mais baixas, Pablo se recusa a tomar o AZT, que na época já estava surtindo efeitos positivos e segue divulgando anúncios em revistas pornográficas para encontros de sexo.
A câmera segue o personagem valorizando sua história e o diário que descreve sua vida familiar, sexual, a vida afetiva e profissional, como um professor de francês, e sua relação com o vírus que em momento algum é tratada como melodrama mas que define o personagem.
Sem fazer juízos de valor o filme adentra temas densos, principalmente quando Pablo se relaciona com um casal sadomasoquista e passa a frequentar festas BDSM, onde avista o dominador Martín(Javier Van de Couter), e passa a desejá-lo.
Corajoso e elegante, Un año sin Amor conta com uma grande interpretação de seu elenco que com naturalidade e realismo encena a busca por preencher espaços vazios e obscuros produzidos pela solidão.
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