Filmes como o belga Minha Vida em Cor de Rosa(1997), abriram caminhos para obras como Uma Criança como Jake, debater a fluidez de gênero na infância. Dirigido por Silas Howard, da série Pose, baseado na peça da Daniel Pearle, o tema que é tratado com naturalidade, é na verdade um problema para os pais do pequeno Jake(Leo James Davis).
A problemática do filme está na ótica dos pais Greg, interpretado por Jim Parsons, de The Boys in the Band, e Claire Danes, de Romeu e Julieta, que diante do filho se vestindo de princesa, brincando de boneca e vendo os contos de fada da Disney, se veem sem reação.
A professora Judy, interpretada pela ótima Octavia Spencer, é a primeira que abre os olhos da mãe sobre o gênero do filho, de 4 anos. Ainda assim, a personagem se recusa a aceitar e consequentemente tomar decisões importantes. O pai, que é psicólogo, parece estar mais aberto à novidade.
A opção do diretor em mostrar pouco a criança é interessante, guardando seu grande momento para o final. No que diz respeito às interpretações, o filme é um primor, Parsons consegue desestigmatizar o personagem Sheldon, de The Big Bang Theory, que o marcou na TV.
Alex apresenta toda a dúvida, incerteza e insegurança de lidar com o gênero do garoto, enquanto vê seu casamento sendo afetado, Claire Danes brilha no desespero de sua personagem. Já Judy é uma mulher a frente do seu tempo e que enxerga a situação com muita clareza.
A trama ajuda a impulsionar a reflexão e fazer pensar na questão de pais que tem que lidar com a homossexualidade, ou talvez transexualidade, dos filhos cada vez mais cedo. Mais do que retratar o drama de uma criança o filme traz à tona uma discussão contemporânea e necessária.
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