Dirigido por Marcelo Lafite, Elvis e Madona é uma comédia completamente diferente das do cenário brasileiro da época, em 2010, quando foi lançado. O filme desconstrói estereótipos de gênero através de uma história de amor divertida e transviada.
Elvis, Simone Spoladore, é uma lésbica que sonha em ser fotógrafa em tempo integral, mas se vira como entregadora de pizza. Sua primeira entrega é justamente para a trans, Madona(Igor Cotrim) que acaba de ter todas as suas economias roubadas pelo amante João Tripé(Sérgio Bezerra).
Aquendando o pajubá, Madona conta que o ocó deu a elza em seu aqué, que estava juntando para montar um show de teatro de revista. Elvis se vê diante de um mundo diferente, mas ainda assim enxerga na trans, uma mulher que a faz se sentir atraída.
O salão onde Madona trabalha, tem cores de Almodóvar, mas em Copacabana onde o filme é ambientado. O bairro carioca também é bastante homenageado na trilha de Victor Biglione, que exalta a diversidade e traz Elza Soares e até uma versão de Testículos de Mary.
À medida que os conflitos vão surgindo no relacionamento de Elvis e Madona, o filme se mostra muito mais como uma história de amor do que uma comédia, ainda que às vezes force a barra num humor escrachado.
“Eu nunca tive nada com uma mulher, que não é uma mulher, mas que é uma mulher” conclui Elvis, ao se jogar por inteiro no amor que não é exatamente convencional, porém traz visibilidade para esse tipo de relacionamento.
O filme conta com participações luxuosas no seu elenco, Catarina Abdala interpreta a dona do salão, Maitê Proença é Soraya a mãe de Elvis e juntas tem um grande momento. Até o saudoso José Wilker dá o ar de sua graça em um momento chave para a trama.
No fim Elvis e Madona, que foi premiado como Melhor Filme, no Festival de Cinema LGBT de Oslo, é uma comédia romântica leve, extremamente envolvente, que pode ter sim certos defeitos mas tem muito mais acertos, resultando numa verdadeira celebração queer.
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