domingo, 25 de abril de 2021

TEDDY AWARD E 10 GANHADORES


Considerado o Oscar do Cinema LGBTQIA+ o Teddy Award é um prêmio que celebra a diversidade anualmente no Festival Internacional de Cinema de Berlim(Berlinale). Dividido em três categorias, Documentário, Longa-Metragem e Curta, além do Prêmio Especial do Júri, a estatueta em forma de Urso de Pelúcia, consagra os melhores e ainda os premia em dinheiro.

Em 1987, os cineastas alemães Wieland Speck  e Manfred Salzgeber formaram um júri chamado International Gay & Lesbian Film Festival Association para criar um prêmio para filmes de temática LGBT. Surgiu então o Teddy Award, premiando Pedro Almodóvar por A Lei do Desejo.


De lá pra cá o galardão evoluiu e se tornou a estatueta mais cobiçada entre os diretores de temática queer. Em 1992, o prêmio passou a fazer parte oficial do Festival de Berlim, quando premiou Together Alone, de P. J. Castellaneta. Em 1997 foi fundada uma organização sem fins lucrativos para incentivar á produção de filmes LGBTQIA+.


Um prêmio especial é comumente entregue, mas nem sempre,  à algum artista por uma conquista notável no cinema LGBTQIA+ , ou pelo papel de um um projeto significativo para a história da cinematografia queer.


Num dia de celebração ao cinema, fizemos uma lista com 10 filmes que já ganharam o Teddy Award, premiação que ao lado do Queer Palm, no Festival de Cannes, é uma das mais importantes da indústria cinematográfica LGTQIA+.


10 - Hoje eu quero voltar sozinho(de Daniel Ribeiro, Brasil, 2014)



Leonardo
(Ghilherme Lobo) é um adolescente cego que, como qualquer adolescente, está em busca de seu lugar. Desejando ser mais independente, precisa lidar com suas limitações e a superproteção de sua mãe. Para decepção de sua inseparável melhor amiga, Giovana(Tess Amorim), ele planeja libertar-se de seu cotidiano fazendo uma viagem de intercâmbio. Porém a chegada de Gabriel(Fábio Audi), um novo aluno na escola, desperta sentimentos até então desconhecidos em Leonardo, fazendo-o redescobrir sua maneira de ver o mundo.


09 - The Watermelon Woman(de Cheryl Dunye, EUA, 1996)



Escrito, dirigido e protagonizado por Cheryl Dunye,
The Watermelon Woman é considerado um marco do new queer cinema, movimento surgido nos anos 1990, que mostrava personagens que transgrediam o sistema, exploravam livremente sua sexualidade e dialogava diretamente com a teoria queer da filósofa Judith Buttler.  No filme, Cheryl é uma jovem lésbica e negra que trabalha numa vídeo-locadora e faz vídeos amadores. Seu objetivo é descobrir quem foi a mulher melancia uma atriz negra dos anos 1930, onde afrodescendentes estavam fadados a interpretar criados e escravos no cinema.


08 - Ausente(de Marco Berger, Argentina, 2011)



Martin(Javier de Pietro) é um adolescente que está interessado em Sebastian(Carlos Echeverria), seu professor de educação física. Após inventar uma série de desculpas, ele consegue passar uma noite na casa do professor, que é comprometido com uma mulher. Porém, quando Martin demonstra suas verdadeiras intenções, uma forte tensão se instaura entre os dois e Sebastian se vê seduzido pelo aluno. Ele passa, então, a ser confrontado com um dilema moral por sua posição de professor.


07 - Amigas de Colégio(Fucking Amal, de Lukas Moodysson, Suécia, 1998)



O filme conta a história de uma adolescente, Agnes(Rebecka Liljeberg), que se mudou com a família para uma pequena cidade sueca chamada Amal, o lugar mais chato da terra, segundo ela mesma. Agnes não consegue fazer amigos no colégio e sua companheira na sala é uma garota que vive em uma cadeira de rodas. Para complicar ainda mais as coisas, ela está apaixonada por Elin(Alexandra Dahlstrom), uma garota do colégio, porém o único a saber desta paixão é seu computador, onde ela faz todas as suas anotações. No dia de seu aniversário, Agnes não percebe que a irmã mais velha de Elin descobre suas anotações e faz uma aposta com a irmã: se ela deixar Agnes beijá-la, pagará à irmã 20 cronas(moeda sueca). Este é só o começo de uma série de situações vividas por essas adolescentes nesta pacata cidade.


06 - Veneno(Poison, de Todd Haynes, EUA, 1991)



O longa de estreia de Todd Haynes é dividido em três episódios: Em "Herói", Richie tem sete anos, mata o pai e desaparece no mundo. Depois do acontecimento, um documentário pastiche em cores esquisitas questiona quais teriam sido as motivações do menino para cometer o assassinato. "Horror", filmado em preto e branco, é a história de um cientista que isola o elixir da sexualidade humana e, quando testa a invenção em si mesmo, transforma-se num inflamado assassino. Uma colega sua tenta salvá-lo, mesmo sob risco de vida. "Homo", baseado em Jean Genet, mostra a atração de um preso na penitenciária Fontenal por um homem, outro detento, a quem ele tinha conhecido em sua juventude, num reformatório.


05 - Wittgenstein(de Derek Jarman, Reino Unido, 1993)



Um retrato particular e lisérgico da vida do filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein, cultuado pela filosofia da linguagem contemporânea, crescido no luxo extremo de uma família vienense, que opta pela carreira filosófica e pela vida simples. O filme mostra por meio de belíssimas e estranhas imagens as preferência e estilos do filósofo, como concebidas por Jarman, conversas com marcianos, danças com parceiros homoeróticos, comédia com a figura de Bertrand Russel. Marco do chamado “fragmentalismo” o filme conta com as atuações de Karl Johnson e Tilda Swinton.


04 - Gotas d’água sobre pedras escaldantes(Gouttes d'eau sur Pierres Brûlantes, de François Ozon, França, 2000)



Alemanha, anos 1970. Léopold(Bernard Giradeau), um cinquentão, seduz Franz(Malik Zidi), um jovem garoto de 19. Franz se apaixona e vai morar com Léopold. No entanto, surge um dia uma pequena divergência, sobre a qual os dois não conseguem concordar. E a chegada de Anna(Ludivine Sagnier) e Vera(Ana Levine) só tendem a piorar a situação. A partir daí, não há mais um eu comum entre eles, mas apenas divergências. Baseado na peça de Rainer Werner Fassbinder, grande referência cinematográfica de Ozon.


03- Hedwig: Rock, Amor e Traição(Hedwig and the Angry Inch, de John Cameron MItchell, EUA, 2001)



Hedwig(John Cameron Mitchell) é uma cantora de rock que nasceu homem, na Alemanha Oriental, e se chamava Hansel. Criado ouvindo uma rádio norte-americana, Hansel só tinha duas certezas na vida: de que seria uma estrela de rock e que um dia encontraria sua alma gêmea. Quando conhece Luther(Maurice Dean Wint), recruta americano que promete casar-se e levá-lo para os Estados Unidos, Hansel pensa que chegou sua vez de ser feliz. Contudo, para que seu sonho se realize, é obrigado a submeter-se a uma cirurgia de troca de sexo. Hansel torna-se Hedwig, muda-se para a América e forma uma banda de rock. Mas este é apenas o primeiro capítulo de uma história ao mesmo tempo dramática e engraçada, permeada por amores arrebatadores, amargas desilusões e rock dos bons.


02 - Uma Mulher Fantástica(Una mujer fantastica, de Sebastián Lelio, Chile, 2017)



Vencedor do Oscar de Filme estrangeiro, o filme conta a história de Marina, a ótima Daniela Vega,  uma mulher trans. Quando seu parceiro, um homem de meia idade, morre, ela se vê diante da raiva e do preconceito da família dele. Ela luta por seu direito de sofrer - com a mesma energia ininterrupta que ela exibiu quando lutou para viver como uma mulher. O filme, abriu o caminho para que diversas produções LGBTQIA+ chilenas ganhassem luz.


01- A Lei do Desejo(La Ley del Deseo, de Pedro Almodóvar, Espanha, 1987)


Pablo Quintero (Eusebio Poncela) é um diretor de teatro homossexual. Ele é apaixonado por Juan Bermúdez (Miguel Molina), mas sua paixão não é correspondida. Tina (Carmen Maura) é sua irmã, tendo realizado uma operação de mudança de sexo anos antes para manter uma relação incestuosa com o pai. Ela é atriz e estrela o monólogo "A Voz Humana", de Jean Cocteau. Pablo está escrevendo o roteiro de um filme, que será estrelado pela irmã. Enquanto isso, ela decide adotar Ada (Manuela Velasco), cuja mãe (Bibiana Fernández) viajou. Há ainda Antonio Benitez (Antonio Banderas), jovem de classe média alta que tem dificuldades em assumir sua homossexualidade e sempre está obsessivamente em torno de Pablo. Anos depois Almodóvar retomaria um tema deste filme em A Má Educação(2004).


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