sábado, 17 de abril de 2021

Nunca fui Santa(But I'm a Cheerleader, EUA, 1999)



Quando Nunca fui Santa começa com líderes de torcida saltitantes ao som de Chick Habit, de April March, já temos noção da viagem estética que a sátira sobre ‘cura gay’, de Jamie Babbit, irá nos proporcionar.

Os sinais parecem claros. Megan(Natasha Lyonne) come tofu, ouve canções de Melissa Etheridge e tem fronhas decoradas com flores ginecológicas de Georgia O'Keeffe. Outra pista: quando beija o namorado, ela fantasia com as líderes de torcida.

Evocando o universo de John Waters, principalmente de obras menos escatológicas como Hairspray, Cry Baby e Polyester, a mãe de Megan é interpretada por Mink Stole, recorrente colaboradora do diretor, o filme aborda a questão da reorientação sexual, ainda hoje existente nos Estados Unidos.

Kimberly(Michelle Williams) junto dos pais de Megan, fazem uma intervenção e a mandam para uma instituição chamada True Directions. A protagonista é confrontada com a evidência de sua orientação, e encorajada por Mike (RuPaul Charles), o reprogramador, a buscar o caminho de volta à ‘vida normal’.


Com um programa baseado em passos, como os de reabilitação, o primeiro é admitir ser homossexual. “Mas eu sou uma líder de torcida” diz Megan, antes que perceba que a atração que sentia pelas colegas de vestiário fazem dela totalmente lésbica.

Mary Brown(Cathy Moriarty) é quem comanda essa instituição, ela é a mãe do belo Rock(Eddie Cibrian), um jovem que parece ter saído de um quadrinho homoerótico. O visual da True Directions é totalmente colorido, em muitos tons de rosa, roxo e lilás.

Pois é buscando o caminho da ‘cura’ que Megan acaba se encontrando ao conhecer Grahan(Clea Duvall), as duas atrizes voltariam a trabalhar juntas novamente em A Intervenção. Uma atração iminente surge e as duas não conseguem fugir aos seus instintos ao dar uma escapadinha ao bar gay Cocksucker.

Apesar de quase todos os personagens queers entenderem sua condição, eles estão lá apenas por imposição dos pais. Cabe a Larry e Lloyd (Richard Moll e Wesley Mann, respectivamente), inestimáveis ​​como dois dos primeiros clientes da True Direction e agora ex-ex-gays, resgatarem as crianças através da 'ferrovia homossexual subterrânea' com a mensagem de 'não importa quem você é, seja você mesmo'. 

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