sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Cuernavaca(México, 2017)


Apesar de não ser abertamente uma obra LGBTQIA+ o espectro da homossexualidade ronda o ótimo filme mexicano Cuernavaca, através da perspectiva de Andy, um pré-adolescente que parece estar descobrindo a sua própria sexualidade.


Tudo começa quando após a mãe de Andy ser baleada e mandada para o hospital, o menino vai morar com a avó interpretada pela sublime Carmen Maura, de filmes do Almodóvar como Volver e Mulheres a beira de um ataque de nervos.


Ao ver o empregado Charly se molhar com uma mangueira sem camisa, o olhar de Andy se atenta para aquela que pode ser sua primeira experiência de desejo. Em meio aos maus tratos da avó megera, Andy busca em Charly, que lhe dá bebida e cigarros, um refúgio.


A sensível obra do diretor Alejandro Andrade é uma história sobre descoberta, expectativa e existência. Quando Andy finalmente encontra seu pai, as coisas não saem como o planejado e ele simplesmente quer ficar com Charly.


Em momento algum há sugestão sobre pedofilia, o filme é sobre acolhimento com um iludido amor platônico e a cumplicidade desenvolvida. Cuernavaca aborda com sutileza a manifestação da homossexualidade na infância e o mais importante de tudo, é uma obra sobre o processo de amadurecimento.


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